Deputado do AM vê manobra eleitoreira no ICMS dos combustíveis

O líder do PSB também lembrou da estimativa da Sefaz de perda anual de R$ 1,2 bilhão, aos cofres estaduais

Diamantino Junior

Publicado em: 14/06/2022 às 13:30 | Atualizado em: 14/06/2022 às 14:06

O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) avaliou como “manobra eleitoreira”, nesta terça-feira (14), a aprovação do projeto de lei complementar 18/2022, pelo Senado, que fixa em 17% o teto do ICMS para combustíveis, energia elétrica e serviços de telecomunicações e de transporte público até 31 de dezembro de 2022.

“Ontem o Senado da República aprovou a redução do ICMS. Também sou a favor da redução do ICMS, mas não pagando o preço que se vai pagar. O STF (Supremo Tribunal Federal) já tinha decidido o assunto. Tinha estabelecido que a alíquota máxima seria 17%, mas isso poderia ser a partir de janeiro de 2024. Essa pressa do governo federal em antecipar para agora tem um objetivo meramente eleitoreiro”.

O deputado ainda disse que a “manobra” tem como objetivo maquiar o novo reajuste da Petrobrás no preço dos combustíveis, previsto para esta semana.

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“E o Brasil vai queimar uma Eletrobrás para dar essa benesse que acaba em 31 de dezembro de 2022, ou seja, acabou a eleição, vai acabar a benesse. E ele [Bolsonaro] quer dar logo, porque a Petrobrás vai dar um novo aumento e ele quer que esse novo aumento desapareça com esta manobra que está sendo feita”.

O líder do PSB também lembrou da estimativa da Sefaz (Secretaria da Fazenda do Amazonas) de perda anual de R$ 1,2 bilhão, aos cofres estaduais, caso a proposta seja aprovada, de fato, pelo Congresso.

“Temos que ter clareza de que a vida não acaba numa eleição. Ganhar ou perder faz parte do jogo, mas o que o governo federal está fazendo é atribuir uma conta que não é sua aos estados, porque ele é o maior acionista da Petrobrás, e vai receber bons dividendos, mas quem vai pagar as contas são os estados. Mas ele diz: “vou dar um subsídio se reduzir a zero. Eu compenso, mas só compenso até 31 de dezembro de 2022”. “Mas haverá vida a partir de 1º de janeiro de 2023.  Quero deixar registrado o meu protesto contra essa manobra do governo federal”.

Foto: Marcelo Araújo/divulgação