Deputado quer jornalista que vazou Moro se explicando na Câmara
Medida é do deputado Delegado Pablo, apoiador do ministro da Justiça na Câmara dos Deputados

Publicado em: 13/06/2019 às 12:38 | Atualizado em: 11/11/2021 às 06:28
O jornalista norte-americano Glenn Greenwald, dono do site Intercep Brasil, deverá ir à Câmara dos Deputados explicar como conseguiu as mensagens de celular que mostram o ministro da Justiça, Sergio Moro e o procurador Detan Dallagnol trocando colaborações quando integravam a força-tarefa da operação Lava Jato.
O convite ao jornalista foi defendido pelo deputado federal, Delegado Pablo (PSL), que é membro titular da comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados.
Os diálogos começaram a ser divulgados no domingo passado. Segundos as mensagens privadas, Moro, então juiz, sugeriu ao Ministério Público Federal trocar a ordem de fases da Lava Jato, cobrou a realização de novas operações, deu pistas e conselhos e antecipou ao menos uma decisão judicial.
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Durante reunião entre os membros da comissão, foi questionado como as conversas entre Sérgio Moro e o coordenador da operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, ocorridas em 2016, foram gravadas sem autorização judicial.
“Escuta ilegal é crime e não pode ser considerada liberdade de imprensa”, afirmou deputado Pablo. “Queremos que ele (Greenwald) venha à comissão e explique como conseguiu as gravações”, cobrou.
Ligações clandestinas
O objetivo do convite ao jornalista é investigar como as mensagens foram gravadas e se houve a instalação de escutas telefônicas clandestinas nos aparelhos celulares dos membros da Lava Jato.
A comissão também quer saber quem está por traz das gravações e se os grampos telefônicos envolvem mais pessoas ligadas à operação Lava Jato. “Existem muitas perguntas sem respostas! Existe um mandante para as gravações? Os grampos ainda estão ativos?”, questionou delegado Pablo.
*Com informações da assessoria de imprensa.
Foto: Câmara dos Deputados/Divulgação