Os deputados federais do Amazonas José Ricardo (PT) e Marcelo Ramos (PSD) elogiaram o desempenho do candidato a presidente Lula da Silva (PT) na sabatina do “Jornal Nacional”, da TV Globo, nesta quinta-feira (25).
“Durante cinco anos eu fui massacrado e estou tendo hoje a primeira oportunidade de falar disso ao vivo com o povo brasileiro. A corrupção só aparece quando você permite que ela seja investigada. No meu governo criamos o portal da transparência e a lei anticorrupção”, disse o petista para início de conversa.
Os parlamentares avaliaram que os entrevistadores William Bonner e Renata Vasconcellos foram contundentes nos questionamentos, mas o candidato demonstrou lucidez e segurança nas respostas.
“Lula eleito no primeiro turno depois dessa entrevista perfeita. Se tinha dúvidas, não há mais”, disse Ricardo.
Candidato à reeleição, o petista destacou ainda as metáforas futebolísticas usadas pelo ex-presidente.
“Citou Abel Lima e ainda citou a goleada do ‘mengão’. Esse é craque!”, afirmou.
Ramos mandou parabéns a Lula. “Lucidez, paciência, sem fugir das perguntas. O Brasil substituirá o ódio pela esperança, a fome pela bonança, as armas pelos livros”.
A deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT, diz que Lula mostrou o que é ser presidente da República.
“Conhece o país, conhece o Estado e conhece o povo brasileiro. O Brasil estava com saudades de ver um presidente de verdade, de ver o Lula. Arrasou! Valeu toda luta”.
Conforme os avaliadores de audiência na TV, Lula gerou mais engajamento nas redes do que os adversários Jair Bolsonaro (PL) e Ciro Gomes (PDT), somados.
Foram 15 milhões de reações, frente a 9 milhões do atual presidente e 2 milhões do pedetista.
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Confira os destaques da entrevista:
Educação e riqueza
“Nós pegamos o Brasil com 3,5 milhões de estudantes universitários, deixamos com 8 milhões. Ou seja, este país é um país do futuro que nós precisamos construir. Não existe nenhuma experiência de país que ficou rico sem investir na educação”.
Amazônia para o país
O candidato ressaltou ainda a importância de o Brasil explorar correta e cientificamente a biodiversidade da Amazônia para gerar empregos para quem vive na região.
Ele disse que há empresários sérios no agronegócio que não querem desmatar, mas sim preservar rios, águas e a fauna brasileira.
Volta do emprego
“Este país tem que voltar a crescer, tem que voltar a ser feliz, tem que voltar a gerar emprego. O povo tem que voltar a comer churrasquinho, comer uma picanha e beber uma cervejinha […] Eu vou voltar a governar para fazer as coisas melhor do que eu fiz. Um homem de 76 anos, que digo todo dia que tem energia de 30, é porque eu acho que é possível recuperar este país, a economia voltar a crescer, gerar emprego, estou convencido disso. Se eu não acreditasse nisso, eu não voltaria, eu preferia ficar em casa vivendo os louros de ser o melhor presidente da história do Brasil”.
Bolsonaro refém
“Orçamento secreto não é moeda de troca, isso e usurpação do poder. Acabou o presidencialismo, Bolsonaro não manda nada, o Bolsonaro é refém do Congresso Nacional. O Bolsonaro sequer cuida do orçamento. O orçamento quem cuida é o Arthur Lira [presidente da Câmara]. É ele quem libera as verbas, o ministro liga para ele, não liga para o presidente”.
Agricultura harmoniosa
“Para mim, pequeno produtor rural, médio produtor rural, tem que viver pacificamente com o grande agronegócio. O Brasil tem possibilidade de ter os dois. Um produz mais internamente, outro produz mais externamente. (…) É extremamente importante a convivência pacífica dessa gente”.
Agronegócio x Amazônia
Lula lembrou das ações de seus governos para o agronegócio, permitindo por exemplo renegociação de dívidas de R$ 85 bilhões, para evitar que alguns produtores quebrassem.
Disse ainda que há setores do agro incomodados com o fato de os governos petistas atuarem em defesa do meio ambiente e contra o desmatamento na Amazônia e outros biomas.
MST modernizado
Questionado sobre a relação com o MST, Lula disse que o movimento está cuidando de produzir.
“O MST está fazendo uma coisa extraordinária neste país. Tem várias cooperativas e é o maior produtor de arroz orgânico do Brasil. Nós temos que pacificar este país”.
Alckmin acariciado
O ex-presidente citou Paulo Freire na bancada do “Jornal Nacional” para definir a importância da sua aliança com Geraldo Alckmin para a democracia.
Lula afirmou que tem “100% de confiança” de que seu vice na chapa da coligação Brasil da Esperança vai ajudá-lo a consertar o país.
“Eu aprendi na minha vida a conversar. Se tem uma coisa que aprendi na vida foi negociar, foi conversar com os contrários. Tem uma frase do Paulo Freire que é fantástica, que eu utilizei para mostrar aos militantes do PT a entrada de Alckmin. De vez em quando, a gente precisa estar junto dos divergentes para vencer os antagônicos. E agora nós precisamos vencer o antagonismo do fascismo”.
Foto: Reprodução