Deputados vão à Justiça contra garimpo em São Gabriel da Cachoeira

Não houve nenhuma manifestação de parlamentares do Amazonas

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 06/12/2021 às 14:14 | Atualizado em: 06/12/2021 às 14:14

Sem nenhuma manifestação de parlamentares do Amazonas, deputados e senadores de outros estados criticaram a ação do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Augusto Heleno, que autorizou o avanço de sete projetos de exploração de ouro na região de São Gabriel da Cachoeira (AM).

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo desta segunda-feira (6), o ministro deu aval para exploração do minério numa das áreas mais preservadas da Amazônia: a Cabeça do Cachorro, na fronteira do Brasil com a Colômbia e a Venezuela.

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) vai apresentar requerimento de informação para apurar o avanço do garimpo em áreas preservadas da Amazônia.

“Em São Gabriel da Cachoeira, região de fronteira e extremo noroeste do Amazonas, onde o garimpo teria sido autorizado, vivem 23 etnias indígenas”, lembrou.

Da bancada do PT na Câmara dos Deputados, o deputado Paulo Teixeira (SP) anunciou que vai propor medida judicial. “General Heleno libera garimpo em áreas preservadas da Amazônia”, criticou.

O líder da legenda, Bohn Gass, afirmou que o governo que autoriza garimpo em áreas preservadas da Amazônia é o mesmo que mentiu ao mundo na Conferência Mundial do Clima (COP-26), quando deu dados falsos sobre o desmatamento. “Ou seja, a devastação é a política oficial deste governo para a Amazônia”, disse.

“General Heleno autoriza projetos de garimpo em área mais preservada da Amazônia. Sete projetos foram autorizados em área intocada em São Gabriel da Cachoeira, cidade mais indígena do Brasil. É ou não é o governo da destruição e da morte?”, criticou Erika Kokay (PT-DF).

Além da destruição ambiental, o deputado Nilto Tatto (PT-SP) criticou a ação do general Augusto Heleno ao lembrar que as áreas liberadas para garimpo estão em uma faixa de 150 km na fronteira entre Brasil, Colômbia e Venezuela.

“General Heleno é um militar que de patriota não tem nada. Um ser que fala de soberania nacional, quando sacrifica o patrimônio nacional, fragiliza nossas fronteiras e coloca em risco o futuro do País em benefício de interesses privados”, acusou.

“Além de mentir, esse pessoal não tem é vergonha na cara mesmo. Como ainda têm coragem de ir a eventos sobre o clima e meio ambiente e dizer que estão ajudando a preservar a Amazônia?”, protestou o deputadoi Enio Verri (PT-PR).

Para o deputado Afonso Florence (PT-BA), trata-se de uma ato criminoso.

“General Heleno dá aval e comanda avanço do garimpo de ouro na Amazônia. Região, conhecida como Cabeça do Cachorro, é uma das áreas mais preservadas da Amazônia e abriga 23 etnias indígenas”, afirmou.

Leia mais

Garimpo invade terras indígenas e unidades de conservação na Amazônia

Governo Bolsonaro autoriza exploração de garimpo no Amazonas

Minoria

Para o líder da Minoria, Marcelo Freixo (PSB-RJ), o desgoverno Bolsonaro transformou a destruição ambiental em política de Estado.

“General Heleno autorizou o garimpo em áreas intocadas da Amazônia, estimulando a devastação da floresta e colocando em risco os povos indígenas. É um crime contra o Brasil”, protestou.

Para o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), a notícia veiculada pela Folha de S.Paulo é grave e demonstra a falta de compromisso do governo com a preservação do meio ambiente.

“Grave! No momento em que o mundo debate com afinco sobre as questões ambientais, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência segue a linha do ecocídio”, criticou.

“VERGONHA! General Heleno autoriza avanço de garimpo em áreas preservadas na Amazônia. Áreas praticamente intocadas. É o governo da destruição nacional”, reagiu o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).

Foto: Beto Ricardo/ISA