Em reunião nesta quinta-feira (19), no Palácio do Planalto, entre chefes de executivos e ministros do governo Lula da Silva, o governador Wilson Lima (União Brasil) disse que, diferentemente de outras regiões, o Amazonas já enfrenta problemas humanitários.
“Neste momento, algumas comunidades estão isoladas e as populações têm dificuldades para ter acesso ao alimento e à água potável. Outro problema é a atividade econômica, que está muito comprometida”, disse o governador.
Na reunião em que eles foram convocados a apresentar os problemas em relação às queimadas e seca dos rios, Lima disse que não pediu dinheiro ao governo federal, mas “ajuda no que for possível”.
No caso do abastecimento de água, o governo estadual disse que montou 600 microsistemas dê abastecimento no universo de 5 mil comunidades no estado. “Se a gente avançar e chegar a mil já ameniza muito o nosso problema”, disse Lima.
“Tivemos que montar agora no alto rio Solimões, na fronteira com a Colômbia e Peru, três estruturas de abastecimento e de filtragem de água para que as comunidades pudessem chegar até esses locais”.
O governador acusou o aumento da desidratação por falta de água potável e doenças diarreicas pela ingestão do líquido contaminado.
“Nós precisamos que haja esse trabalho conjunto no sentido de que a gente amplie ajuda humanitária e possa acelerar o processo da dragagem dos rios. No rio Solimões, por exemplo, já não faz mais sentido as máquinas chegarem lá. A dinâmica para permitir a logística tem que ser outra”.
O governador do Amazonas defendeu ações emergenciais para entregar 130 mil cestas básicas.
“A gente já entregou 30 mil. Eu não quero dinheiro, quero que o governo faça a entrega das cestas básicas”, disse.
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Prejuízos
Lima destacou que apenas dois municípios não possuem acesso pelos rios.
“Só para vocês terem uma ideia, as embarcações grandes já não estão chegando mais a Manaus, com insumos para a Zona Franca de Manaus e o comércio”.
No ano passado, por conta do desabastecimento de 25 a 30%, o governador lembrou que o estado teve uma frustração de receita da ordem de R$ 600 milhões.
Na atual seca, os portos privados montaram estruturas no rio Amazonas, próximo do município de Itacoatiara.
“Os navios grandes chegam com mil a mil e quinhentos contêineres e essa carga tem que ser fracionada em balsas menores para que os insumos e as mercadorias possam chegar a Manaus. Temos também um aumento no custo dessa logística. As empresas que fazem o transporte desses contêineres agora estão cobrando US$ 5 mil por contêiner”.
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Queimadas
O governador alegou também a necessidade de contratação de mais brigadistas via Fundo Amazônia.
“Estamos com aproximadamente 800 homens em campo, sendo 153 brigadistas do governo federal e outros brigadistas dos municípios no trabalho conjunto que está sendo feito. Precisamos aumentar cada vez mais o efetivo de brigadistas para combater incêndios”.
Wilson Lima também apresentou outras demandas, como os pagamentos antecipados do Bolsa-Família, o embolso de uma parcela extra do seguro-defeso e a liberação das operações de créditos para o estado.
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Participação
Além de Rui Costa (Casa Civil), que coordenou o encontro, participaram da reunião os ministros Marina Silva (Meio Ambiente), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Simone Tebet (Planejamento) e Ricardo Lewandowski (Justiça).
Entre os governadores, estavam ainda Helder Barbalho (Pará), Ronaldo Caiado (Goiás), Mauro Mendes (Mato Grosso), Gladson Cameli (Acre), Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul), Wanderlei Barbosa (Tocantins) e Antônio Denarium (Roraima), e os vice-governadores Sérgio da Silva (Rondônia) e Antônio Teles Júnior (Amapá).
Foto: Henrique Raynal/Casa Civil da Presidência/Vídeo: BNC Amazonas