Empatados, Lula e Bolsonaro repetem no Amazonas polarização para 2022

Os presidenciáveis repetem no Amazonas a tendência de que a eleição de 2022 não despertará o surgimento de terceiro nome na disputa

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Ednilson Maciel

Publicado em: 27/12/2021 às 10:11 | Atualizado em: 27/12/2021 às 15:58

Se a eleição a presidente da República fosse hoje no Amazonas, Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) iriam ao segundo turno empatados. E na disputa final, o resultado seria que qualquer um deles pode ser o eleito. Isso é o que aponta pesquisa divulgada hoje (27) pela empresa Perspectiva Mercado e Opinião, do empresário Durango Duarte.

Conforme os dados do estudo estimulado, as intenções de voto são de 36% para Bolsonaro e 33% a Lula. A margem de erro é de 2%.

A pesquisa é a primeira realizada no estado e tem relevância pelo alto envolvimento do eleitor na consulta prévia de voto. A Perspectiva ouviu eleitores de Manaus e dos 20 maiores colégios, com destaque para Itacoatiara, Parintins, Coari, Manacapuru, Tefé e Maués, para citar alguns dos 61 municípios do Amazonas.

Em terceiro lugar aparece o ex-juiz Sérgio Moro (Podemos), com 8,4%. Ele supera, em mais que o dobro, a preferência do amazonense por Ciro Gomes (PSB), que tem 4,1%. O governador de São Paulo, João Dória (PSDB) ficou com 1,7%.

Os demais pré-candidatos, como a senadora Simone Tebet (MDB) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (Progressistas), ficaram abaixo, de 1 dígito.

Há, contudo, um alto número de eleitores que não votaria em nenhum desses candidatos ou que ainda não se decidiu. Eles são 15,5%, quase o dobro do que obteve na pesquisa o terceiro colocado.

Segundo turno é no voto a voto

Prevalecendo no Amazonas a polarização de Lula e Bolsonaro, tendência retratada também em todas as pesquisas nacionais, o provável segundo turno entre eles será disputado voto a voto.

Neste levantamento da Perspectiva, o atual presidente tem 41,3%. O ex-presidente obteve 40,4%. Ou seja, diferença que se pulveriza na margem de erro admitida para os números.

Caso a polarização não se confirme nas urnas, e Lula e Moro viessem a disputar o segundo turno, o petista teria vantagem folgada. Como resultado, o petista seria eleito com 39,6%, contra 30,5% do ex-ministro de Bolsonaro.

Abraçados na rejeição

A polarização aparece também na hora em que o eleitor revela que não votaria em Bolsonaro nem em Lula.

Enquanto Bolsonaro tem 33,1% de rejeição, Lula fica com 32%.

Conforme analistas, trata-se de uma situação normal que os dois sejam os líderes em rejeição. Afinal, dos nomes que serão os possíveis candidatos, foram eles os que puderam ser avaliados como chefes do Executivo. O petista, por exemplo, passou dois mandatos no Palácio do Planalto. E Bolsonaro tem enfrentado três anos de muita dificuldade para sua reeleição, com economia em queda, desemprego e inflação em alta. Como resultado, fecha o ano com mais de uma centena de pedidos na Câmara dos Deputados para lhe tirar o mandato.

A rejeição de Bolsonaro também aparece na avaliação de seu governo pelo eleitor amazonense. Embora receba uma nota boa/ótima de 37,4%, os que veem sua gestão como péssima/ruim são 35,8%. Em suma, pela margem de erro, o estado que não teve nenhuma ação de relevância do governo federal em três anos, fica no meio termo da desconfiança com quem está buscando a renovação do mandato.

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Sobre a pesquisa

A Perspectiva fez uma amostra ampla, com 3.600 entrevistados. A maioria foi de Manaus, com 1.990. O interior teve 1.610.

De acordo com a empresa, essa amostra representa 82,5% do eleitorado do Amazonas.

O levantamento foi feito de 14 a 22 de dezembro de 2021.

Fotos: Ricardo Stuckert/divulgação e Wilson Dias/Agência Brasil