Era cilada! Guedes garantiu proteger a ZFM no IPI, mas não cumpriu
Decreto preparado por sua equipe excluía vantagens comparativas a que tem direito a ZFM pela Constituição
Neuton Corrêa, do BNC AMAZONAS
Publicado em: 25/02/2022 às 07:00 | Atualizado em: 25/02/2022 às 07:03
No último dia 11, a representantes dos quinze maiores setores da indústria do país, componentes da Coalizão Indústria, o ministro da Economia, Paulo Guedes, se comprometeu em proteger a Zona Franca de Manaus (ZFM) da redução do IPI, que tenta implementar há algum tempo.
Nessa ocasião, não só prometeu, mas, também, chegou a reconhecer a importância do modelo.
Falou isso reconhecendo o esforço dos investidores em vir para o interior da Amazônia e mostrando que sabe que o Polo Industrial de Manaus (PIM) transforma incentivos fiscais em retorno tributário, com superávit.
Mas ele não protegeu coisa nenhuma.
Isso foi o que mais se ouviu ontem (23) de líderes empresariais que participaram da reunião do CAS.
Ao contrário do que havia prometido, Guedes armou a guilhotina e pôs a ZFM debaixo da lâmina.
É que o decreto que iria decidir sobre essa questão do IPI, e que seria mortal para o Amazonas, estava pronto para ser assinado e oficializado. Contudo, sem manter a excepcionalidade constitucional garantida ao modelo.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas, Fieam, Antônio Silva, que também é vice-presidente da CNI, falou ontem desse decreto, sem entrar em detalhes.
Fez isso, ao dizer:
“Esse decreto já estava pronto para ser assinado, mas já foi colocado de lado, para um novo estudo”.
De lado
O de lado a que se referiu o líder empresarial foi depois da grita que o Amazonas fez, quando soube que o ataque estava a caminho.
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Foto: Foto: Isac Nóbrega/PR