Erros de Bolsonaro mataram muitas pessoas e deu vida à CPI, diz Aziz
Para Omar Aziz, a CPI já tem indícios de que Bolsonaro cometeu crimes de prevaricação e contra a saúde pública

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 28/08/2021 às 09:27 | Atualizado em: 28/08/2021 às 09:27
O senador Omar Aziz disse que o presidente Jair Bolsonaro deu vida à CPI e que os erros do presidente, como declarações, omissões, demora para comprar vacinas e deboche com as vítimas, mataram muitas pessoas.
Conforme o Congresso em Foco, uma sucessão de erros que começaram, segundo ele, ainda na gestão do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e se agravaram com o “gabinete paralelo de pitaqueiros” que aconselhavam o presidente. “Isso levou à morte de muita gente.”
Nesse sentido, para Omar Aziz, a CPI já tem indícios de que Bolsonaro cometeu crimes de prevaricação e contra a saúde pública.
Contudo, ele evitou comentar se o nome do presidente constará da relação de pedidos de indiciamento da comissão, o senador adianta que o colegiado pode entrar com notícia-crime contra Bolsonaro e outros investigados no Supremo Tribunal Federal (STF).
Da mesma forma, sobre a possibilidade de as investigações contra o presidente ficarem na gaveta do procurador-geral da República, a exemplo do que ocorreu com outras denúncias, Aziz diz que a pressão será grande:
“É impossível engavetar um negócio desse, que o Brasil todo está atrás”.
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CPI da covid
Sobretudo, o senador disse que quem fez a CPI crescer foi Bolsonaro, com a postura dele, as falas mais marcantes apresentadas na CPI são do presidente da República.
“Ele deu vida, deu encorpada na CPI, com negacionismo, propagação de medicação e depois tentou cancelar a CPI. Houve embate e a CPI cresceu nesse embate.”
Ainda na entrevista, Aziz cobra autocrítica de Bolsonaro e faz a sua própria: admite que errou ao não determinar a prisão do empresário Carlos Wizard.
O empresário que depôs à comissão protegido por um habeas corpus que o dispensava de responder a perguntas que pudessem incriminá-lo.
“Ele tripudiou da gente, com aquele vídeo: ‘Sabe quem morreu? é Quem ficou em casa’. Um canalha.”
Omar Aziz explicou, portanto, considerou um erro que ocorreu. Segundo o senador, por falta de informação sobre o alcance da decisão do Supremo Tribunal Federal, que, no fim das contas, não o desobrigava de responder a outras perguntas.
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Ministros e senadores
Do mesmo modo, as críticas do presidente da CPI da covid também alcançam ministros como Braga Netto (hoje na Defesa) e Onyx Lorenzoni (Trabalho) e senadores que, segundo ele, ainda repetem o mesmo discurso do início da pandemia.
Os trabalhos da comissão devem terminar na segunda quinzena de setembro, de acordo com o senador.
Para ele, a maior contribuição dada à CPI foi prestada pelo ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten, que revelou que o governo negligenciou as ofertas de vacina da Pfizer.
Então, foi por esse motivo, argumenta, que não prendeu Wajngarten, rejeitando o pedido do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), durante o depoimento.
Dessa maneira, para quem espera que a CPI monte todo o quebra-cabeça das denúncias contra o governo federal relacionadas à pandemia, o senador prega moderação.
Por fim, caberá à Polícia Federal e ao Ministério Público concluir as investigações, adverte. “Vai ser um relatório bastante fundamentado. Lógico que vamos cobrar agilidade dos órgãos competentes para fazer a investigação que tem de ser feita”, promete.
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil