Filho de Bolsonaro ofereceu “inovaĂ§Ă£o tecnolĂ³gica” na Ă¡rea da habitaĂ§Ă£o
A PolĂcia Federal abriu um inquĂ©rito para investigar a empresa de Jair Renan, a pedido do MinistĂ©rio PĂºblico, por suspeita de trĂ¡fico de influĂªncia

Publicado em: 07/07/2021 Ă s 10:30 | Atualizado em: 07/07/2021 Ă s 10:30
O ministro do Desenvolvimento Regional, RogĂ©rio Marinho, confirmou nesta terça-feira (06), em audiĂªncia na CĂ¢mara dos Deputados, ter se reunido no ano passado com o empresĂ¡rio Jair Renan Bolsonaro. Acrescentou que sĂ³ soube que se tratava do filho mais novo do presidente Jair Bolsonaro quando eles foram apresentados.
RogĂ©rio Marinho foi chamado pela ComissĂ£o de FiscalizaĂ§Ă£o Financeira e Controle a dar explicações sobre o encontro.
Conforme mostrou o Jornal Nacional, quando a reuniĂ£o aconteceu, a agenda pĂºblica de Marinho continha somente o nome de um assessor da PresidĂªncia, sem menções ao filho do presidente ou a outros empresĂ¡rios.
Segundo o ministro, a reuniĂ£o foi pedida “pelo gabinete do presidente” e, no encontro, foi apresentada uma “inovaĂ§Ă£o tecnolĂ³gica” na Ă¡rea de habitaĂ§Ă£o.
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A PolĂcia Federal abriu um inquĂ©rito para investigar a empresa de Jair Renan, a pedido do MinistĂ©rio PĂºblico, por suspeita de trĂ¡fico de influĂªncia.
“A reuniĂ£o que ocorreu conosco foi em 2020. […] Foi solicitada pelo gabinete do presidente, por um de seus auxiliares”, afirmou Marinho durante a audiĂªncia desta terça.
“SĂ³ soube que ele era filho do presidente porque alguĂ©m me apresentou a ele”, acrescentou o ministro, em outro trecho.
Na avaliaĂ§Ă£o de Marinho, o fato de Jair Renan ter estado presente ao encontro “nĂ£o causou nenhum tipo de constrangimento”. “AtĂ© porque ele entrou calado e saiu calado”, completou. O ministro, contudo, nĂ£o detalhou quem mais participou.
Como foi a reuniĂ£o
Aos deputados, RogĂ©rio Marinho disse que, no encontro, a empresa apresentou uma “inovaĂ§Ă£o tecnolĂ³gica” para o setor de habitaĂ§Ă£o, encaminhada para a Secretaria Nacional de HabitaĂ§Ă£o (SNH), Ă³rgĂ£o do ministĂ©rio.
“[A secretaria] recebe cotidianamente centenas de contribuições, que sĂ£o levadas em consideraĂ§Ă£o ou nĂ£o”, afirmou Marinho nesta terça.
Ainda durante a audiĂªncia, o ministro negou que o ministĂ©rio contrate diretamente conjuntos habitacionais ou soluções tecnolĂ³gicas.
“Quem o faz sĂ£o as empresas que atendem aos editais atravĂ©s do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) ou do Fundo de Desenvolvimento Social (FDS)”, disse.
“NĂ£o tem nenhuma relaĂ§Ă£o de causa e efeito a presença do filho do presidente”, concluiu.
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Foto: ReproduĂ§Ă£o/ Instagram