Freixo aciona MPF contra Pazuello por indicar cloroquina em Manaus

O deputado Marcelo Freixo diz que no recente e gravíssimo caso de Manaus, com o ápice da falta de oxigênio, o ministro “retardou a compra de oxigênio

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Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 05/03/2021 às 17:24 | Atualizado em: 08/03/2021 às 18:10

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

O deputado federal Marcelo Freixo (Psol-RJ) acionou o Ministério Público Federal (MPF) para que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, responda criminalmente por difundir, em Manaus, o tratamento precoce como forma de reduzir as internações hospitalares na cidade. 

Nesta sexta-feira (5), reportagem de O Globo revelou que equipes do Ministério da Saúde fizeram  rondas pelas unidades da capital amazonense, nos dias 11 e 12 de janeiro, para falar sobre o tratamento precoce

“Uma diretriz do ministério informava que os medicamentos orientados pelo órgão para o tratamento precoce de pacientes com a doença eram a cloroquina e a hidroxicloroquina, além do antibiótico azitromicina”, diz a reportagem. 

Na ocasião, a cidade enfrentava o colapso com a falta de oxigênio para os pacientes com coronavírus (covid-19). 

“Enquanto os moradores de Manaus sufocavam sem oxigênio nos hospitais, equipes do Ministério da Saúde passaram dois dias percorrendo postos de saúde para pressionar médicos a receitarem cloroquina”, protestou Freixo (foto). 

Para ele, a atitude é mais um crime para a ficha de Pazuello. “Já acionei o MPF para que ele responda por isso”, disse. 

Na ação, o deputado diz que no recente e gravíssimo caso de Manaus, com o ápice da falta de oxigênio, o ministro “retardou a compra de oxigênio, mesmo sabendo da escassez do insumo dias antes, e submeteu a população manauara a risco de morte ao reiterar orientação do “tratamento precoce”.

Bolsonaro 

No documento, o parlamentar diz que Pazuello tem retardado e, até mesmo, deixado de praticar condutas efetivas para diminuir a exposição da saúde da população brasileira ao risco de contaminação de covid-19, o que tem resultado no aumento do número de mortes pela doença.

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De acordo com ele, o ministro e o presidente Jair Bolsonaro reforçam a crença pessoal de que cloroquina/hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina são “cientificamente comprovados no tratamento da Covid-19” e, por esta razão, retardou a adoção de outras medidas. 

“Não há comprovação científica sobre a eficácia da vacina, portanto, todos os procedimentos para aquisição da própria vacina e seus insumos estão atrasados e não há plano de vacinação para a população brasileira”, criticou o deputado.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/arquivo