Fundo Amazônia tem defesa de parlamentares de fora da região

Fundo Amazônia

Publicado em: 05/07/2019 às 17:43 | Atualizado em: 05/07/2019 às 17:43

Iram Alfaia, de Brasília

 

São poucas as vozes no Congresso Nacional a protestar contra a extinção do Fundo Amazônia, que investiu R$ 66,4 milhões em projetos no Amazonas, inclusive para o pagamento do Bolsa-Floresta. O governo do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), quer mudar a gestão do fundo, mas encontra resistência da Noruega e Alemanha, os principais doadores de recursos, que ameaçam deixar o projeto.

Curiosamente, não são os parlamentares da região amazônica que compraram a briga pela permanência desse financiamento no país. São recursos da ordem de R$ 3 bilhões a serem aplicados no país em projetos de desenvolvimento sustentável.

Nesta semana, o senador gaúcho Paulo Paim (PT-RS) disse que o Fundo Amazônia é uma das saídas brasileiras para impulsionar o desenvolvimento da região. Para ele, isso é possível ser feito sem desmatamento e agrotóxico, “com geração de emprego e renda e com respeito aos povos da floresta”.

“A responsabilidade não é só do Brasil; é do mundo. Uma das saídas é impulsionar o Fundo Amazônia”, publicou no Twitter.

Na sua opinião, a defesa do meio ambiente e dos direitos humanos não são questões ideológicas e partidárias.

“Tratar esses temas dessa forma é uma asneira sem tamanho e uma total falta de conhecimento. Estamos falando da sobrevivência do planeta”, afirmou o senador.

 

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Desmatamento assusta

Ele disse também que o governo Bolsonaro está desmontando a atual política ambiental.

“O desmatamento da Amazônia é assustador: em maio foram derrubados 739 km² de floresta, o que equivale a dois campos de futebol por minuto. No mesmo período do ano passado, a devastação foi de 550 km². Aumento de 34%”, disse.

O deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) foi outro que protestou contra a atitude do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que insiste na mudança da gestão, sobretudo para diminuir a influência das organizações não governamentais (ongs) no projeto.

“Alemanha decidiu reter doação de R$ 151 milhões ao Fundo Amazônia até que Salles explique o que pretende fazer. A extinção do fundo será um desastre. Enquanto isso, o general Heleno prefere brigar com os números a coibir o desmatamento que aumentou 60% sob o governo Bolsonaro”, disse

 

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Ongs no Amazonas

Segundo levantamento feito pelo BNC Amazonas, as ongs são as principais responsáveis pelo desenvolvimento de projetos no Amazonas com recursos do fundo.

Elas já realizaram trabalhos no Cadastramento Ambiental Rural (CAR), reflorestamento de áreas em diversos municípios e gerenciamento dos recursos do programa Bolsa-Floresta.

 

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Fotos: Agência Senado