Gilmar desafia juízes e manda soltar de novo barões da corrupção no Rio

Publicado em: 01/12/2017 às 18:07 | Atualizado em: 01/12/2017 às 18:07
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou, nesta sexta-feira (1º), soltar, pela terceira vez, o empresário do setor de ônibus do Rio de Janeiro Jacob Barata Filho e o ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor) Lélis Marcos Teixeira.
Gilmar Mendes já havia determinado em agosto, por duas vezes, que os dois fossem soltos.
Mas decisões judiciais os levaram à prisão novamente.
Barata Filho e Lélis Teixeira são alvos da Operação Ponto Final, um desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro.
Os dois são suspeitos de envolvimento em um esquema de corrupção que atuou no setor de transportes do RJ, com a participação de empresas e políticos do estado, que teria movimentado R$ 260 milhões em propina.
Suspeição
O ministro do STF teve a atuação no caso questionada pelo MPF-RJ, que alega que o ministro foi padrinho de casamento da filha do empresário (na foto, Gilmar Mendes, à direita, na festa de casamento de Beatriz Barata, neta de Jacob Barata, no Copacabana Palace, em julho de 2013).
Diz ainda que um advogado de Gilmar Mendes também é advogado de Barata Filho.
Os procuradores alegam ainda que Jacob Barata Filho é sócio do cunhado de Gilmar Mendes em uma empresa de ônibus, e que a mulher do ministro trabalha no escritório de advocacia que atua no processo que envolve os empresários.
Segundo o MPF-RJ, sabendo disso, o ministro deveria se declarar suspeito de tomar decisões sobre o caso.
Questionado, em agosto, sobre a relação com os envolvidos, Gilmar Mendes respondeu:
“Vocês acham que ser padrinho de casamento impede alguém de julgar um caso? Vocês acham que isto é relação íntima, como a lei diz? Não precisa responder.”
Fonte: G1
Foto: Reprodução/DCM