O médico Inácio Alves Diniz, ginecologista da rede pública estadual de saúde, concedeu neste dia 2 de abril um atestado de 15 dias, para afastamento ao trabalho de um colega de profissão.
Este colega é Paulo Inácio R. Diniz, angiologista, que também trabalha na rede estadual de saúde.
Profissionais da área ouvidos pelo BNC AMAZONAS informam que um é pai do outro. Inácio é pai de Paulo.
O atestado seria inusitado, um ginecologista (especialista no aparelho reprodutor da mulher) atendendo a um homem, se não estivesse inserido num fenômeno que passou a ocorrer desde o último dia 23 de março.
A data marca o dia em que o governador Wilson Lima (PSC) anunciou calamidade pública por causa do novo coronavírus no Amazonas.
De lá para cá, nos últimos dez dias, o setor de saúde do Estado passou a registrar uma enxurrada de pedidos e emissões de atestados.
Nesse período, foram concedidos mais de 900 atestados, que serão investigados pelo Estado, conforme apurou o BNC.
O foco da apuração serão as dispensas de 315 servidores, que pediram e receberam atestado de mais de seis dias de trabalho.
Novos pedidos
Para se ter uma ideia da situação, só na sexta-feira, dia 27, a Secretaria de Estado de Administração (Sead), contabilizou 207 pedidos de afastamento ao trabalho, com atestados.
Mas esses pedidos são todos do setor de saúde, sede da Susam, hospitais e fundações.
O BNC AMAZONAS entrou em contato com o Governo do Estado por volta das 21h sobre o caso. A única informação obtida, extraoficialmente, é que o governo considera excessivo e que vai investigar as emissões de atestados.
Arte: BNC AMAZONAS