Um atraso que já passa de 30 dias na entrega de R$ 20 milhões em remédios e insumos levou o Governo do Estado, por meio da Central de Medicamentos do Amazonas (Cema), a notificar 44 fornecedores.
Segundo o coordenador da Cema, Antônio Paiva, algumas dessas empresas são ainda de contrato feito no governo de Amazonino Mendes (PDT), que agora alegam falta de dinheiro para comprar os produtos para o qual se comprometeram fornecer.
Para apurar as responsabilidades e aplicar as sanções previstas em lei, a Cema abriu processo administrativo contra os fornecedores, depois de notificá-los.
O secretário de Saúde (Susam), Rodrigo Tobias, disse que o governo avalia a substituição desses fornecedores como saída para garantir o estoque da Cema.
“Podemos comprar por meio de adesão de atas de outros estados que não têm o mesmo problema que o nosso. Estamos também discutindo com os estados da região Norte a possibilidade de nos unirmos em consórcio para realizar compras”, disse.
A Susam, segundo o secretário, já pagou aos fornecedores mais de R$ 15,5 milhões de notas empenhadas em 2018, mais os pagamentos de contratos atuais.
Aquisições emergenciais
Como solução emergencial, a Susam liberou recurso a gestores de unidades para compras em quantidade menor. “A gente vem suprindo a necessidade com medidas como a cooperação e permuta entre os hospitais e com as compras emergenciais para que não falte medicamento a pacientes internados”, afirmou Tobias.
Segundo o secretário, até mesmo o Ministério da Saúde está com dificuldade para comprar junto à indústria farmacêutica medicamentos de alto custo. “Esse tem sido um grande desafio para o país. Por isso, estamos nos organizando, os secretários estaduais, para enfrentarmos a situação”.
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Dificuldades de abastecimento
O coordenador da Cema disse que o governo já empenhou mais de R$ 100 milhões neste ano para comprar medicamentos e outros produtos para recompor o estoque. Segundo ele, o governo de Wilson Lima (PSC) encontrou a central com apenas 12,5% da sua capacidade.
“Por causa do atraso, estamos com dificuldade em avançar no abastecimento”, disse Paiva, justificando que isso prejudicou o cronograma de fornecimento às unidades de saúde.
Com as aquisições a partir de janeiro, o estoque chegou a 50%, mas desde março o atraso na entrega pelos fornecedores vem dificultando o trabalho do órgão, afirmou Paiva.
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Credibilidade no mercado
De acordo com a Susam, a partir da prioridade do governador ao abastecimento de medicamento, com a liberação de recursos, a Cema recuperou sua credibilidade. “Quando chegamos, ninguém queria vender para Cema, que estava com a fama de que não honrava com os pagamentos”, disse Tobias.
Foto: Divulgação/Secom