Por Iram Alfaia , de Brasília
Ferrenhos opositores ao governo de Michel Temer, o deputado federal José Ricardo (PT) e os ex-senadores João Pedro (PT) e Vanessa Grazziotin (PCdoB) analisaram a prisão do ex-presidente nesta quinta, dia 21, como uma forma da Operação Lava Jato recuperar sua imagem perante a opinião pública.
No momento, os procuradores da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba estão sendo investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pela suposta ilegalidade num acordo bilionário firmado com a Petrobras e o Departamento de Justiça dos Estados para criar uma fundação.
O deputado José Ricardo diz que a prisão já era esperada por conta das graves acusações de corrupção que pensavam contra o ex-presidente.
No entanto, ele acredita que “a perda de credibilidade” da Lava Jato pode ter levado a força-tarefa a fazer uma prisão espetacular a fim de ganhar apoio público.
É a mesma opinião da ex-senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) para quem as prisões acontecem justamente quando a Lava Jato passa a ser bastante questionada no STF e nos meios de comunicação.
Segundo ela, não há dúvidas sobre os fortes indícios de envolvimento do ex-presidente com corrupção, mas questiona “o tempo da prisão” que ocorre também num momento de disputa entre grupos políticos.
Ela citou a briga pública entre o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro da Justiça, Sergio Moro, ex-juiz da Lava Jato.
Pressionado por Moro para acelerar a votação do chamado projeto anticrime, Maia respondeu que o ministro conhece pouco a política e passou daquilo que é sua responsabilidade.
Coincidentemente ou não, diz a ex-senadora, o genro de Rodrigo Maia, o ex-ministro Moreira Franco, é preso junto com Temer pela Operação Lava Jato.
O ex-senador João Pedro (PT) partiu do “princípio de quem deve tem que pagar” se referindo ao ex-presidente, mas também aponta para uma Lava Jato “em baixa” forte motivo para a prisão.
“Não tenho nenhuma ilusão. Ela (Lava jato) foi criada para criminalizar o PT e para prender Lula”, afirmou.
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