Linhão pela terra dos waimiris tem debate de deputados do AM e RR
Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 07/03/2019 às 19:27 | Atualizado em: 07/03/2019 às 19:27
Na expectativa de que a qualquer momento o governo federal baixe o decreto que vai autorizar o Ministério das Minas e Energia a instalar o linhão de Tucuruí interligando Manaus e Boa Vista, via BR-174, passando pela terra indígena dos waimiris-atroaris, as assembleias legislativas dos dois estados de Amazonas e Roraima resolveram discutir o assunto.
Por sugestão do deputado estadual Sinésio Campos (PT), presidente da Comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos, Minas, Gás, Energia e Saneamento da ALE-AM, uma audiência pública vai debater a questão com os pares da ALE de Roraima.
O encontro é em Manaus, na sede da ALE-AM.
Extremamente dependente da energia elétrica fornecida pelo governo da Venezuela, desde 2001, a população do estado de Roraima corre sério risco de sofrer mais apagões se o presidente resolver cortar a transmissão, como já ameaçou.
Segundo o governador de Roraima, Antônio Denarium (PSL), os problemas são diários. Daí Bolsonaro ter afirmado a ele que trataria do assunto com urgência e o linhão de Tucuruí acabe com a dependência da Venezuela. O contrato em vigor vai até 2021.
Roraima é o único estado que não está interligado ao sistema brasileiro, e no último dia 27 de fevereiro, em reunião do Conselho de Defesa Nacional, Bolsonaro mandou acelerar as obras da linha de transmissão.
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Há reação
O Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas prometeu reagir à intenção do governo brasileiro de passar o linhão de energia pelas terras indígenas, que já é cortada pela BR-174.
“O MPF está acompanhando atentamente os fatos e as movimentações relacionados à tentativa de enquadramento como política de defesa nacional da construção da linha de transmissão de energia entre Manaus e Boa Vista”, divulgou o órgão em seu site.
Foto: Reprodução/amazonia.org.br