Os presidentes do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), e do PP, deputado Cláudio Cajado (BA), afirmaram nesta quinta-feira (24/11) que os partidos não foram consultados sobre a ação do PL que pede a anulação de votos de determinadas urnas no segundo turno da eleição presidencial. As três siglas formaram uma coligação para lançar o presidente Jair Bolsonaro à reeleição. Eles confirmam que Lula venceu licitamente.
O PL, ao qual Bolsonaro é filiado, sustenta, sem provas, que a eleição não foi vencida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas, sim, pelo atual presidente.
“Não fomos consultados. Reconheci o resultado publicamente às 20h28 do dia da eleição”, declarou Pereira ao Estadão.
Cajado, que administra interinamente o PP enquanto Ciro Nogueira exerce o cargo de ministro da Casa Civil, foi na mesma linha. “Não fui consultado e eles falavam em nome do PL e não em nome da coligação”, declarou.
Além do PL, a ação foi protocolada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em nome da coligação eleitoral de Bolsonaro, da qual Republicanos e o PP também faziam parte.
O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, solicitou que a demanda também incluísse as urnas de primeiro turno, quando o PL elegeu 99 deputados e oito senadores, mas o partido se recusou a fazer isso.
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Em resposta, Moraes considerou que a coligação e o partido acionaram a Justiça indevidamente e determinou o pagamento de multa e o bloqueio das contas das três legendas enquanto o valor não for recolhido. Os presidentes do Republicanos e do PP disseram que vão entrar com um recurso para excluir seus partidos do bloqueio. “Será protocolizado hoje ainda”, afirmou Pereira. “Faremos em conjunto”, completou Cajado.
Para reforçar sua posição de distância da iniciativa adotada pelo PL de Valdemar Costa Neto, condenado pelo escândalo do Mensalão no governo de Lula, mas hoje aliado de Bolsonaro, o presidente do Republicanos divulgou um vídeo gravado logo após o resultado da eleição de segundo turno.
“Tivemos a eleição do ex-presidente Lula. Reconhecemos o resultado. Apoiamos o presidente Bolsonaro até o último minuto, trabalhamos, mas as urnas, o povo escolheu, as urnas são soberanas. Não há porque duvidar do resultado das urnas, não há porque questioná-los”, declarou ele.
Leia mais na matéria de Lauriberto Pompeu no Estadão
Foto: redes sociais