As articulações políticas em torno da pré-candidatura do senador Omar Aziz (PSD-AM), ao governo do Amazonas, já estão na rua. Assim como os nomes para o Senado.
E tudo indica que o senador Eduardo Braga (MDB-AM) seja o primeiro nome da chapa para disputar uma das duas cadeiras a vagar em 2026.
No entanto, as indicações para vice-governador e o segundo nome ao Senado, nessa chapa pré-montada de Aziz e Braga, ainda estão indefinidas.
E é aqui que entra o Partido dos Trabalhadores (PT), com o peso político do presidente Lula da Silva.
Isso porque, de acordo com informações do PT, o presidente Lula enxerga a possibilidade real de eleger dois senadores de seu campo político no estado do Amazonas.
Desse modo, o nome que o PT e o Palácio do Planalto estão costurando para compor a chapa majoritária de Omar-governador e Braga-senador é o do ex-deputado federal Marcelo Ramos.
Antes, o nome forte era José Ricardo. Em 2024, após derrota para a Câmara dos Deputados, em 2022, o projeto do PT era lançá-lo candidato a prefeito de Manaus. Mas, o atual vereador petista não aceitou a missão. Candidatou-se à Câmara Municipal de Manaus e venceu.
Portanto, sem alternativa, o PT e o presidente Lula convocaram Marcelo Ramos, que também não havia sido reeleito, em 2022, a deputado federal, a disputar a prefeitura de Manaus.
Embora tenha relutado a disputar nova eleição, em meio à polarização entre o prefeito David Almeida, o deputado estadual Roberto Cidade (candidato do governador Wilson Lima), e o deputado federal Alberto Neto, representante direto do bolsonarismo no Amazonas, Ramos foi para o sacrifício. Ao final da eleição, o candidato do PT ficou em quinto lugar, conquistando 66.528 votos ou 6,03% do eleitorado de Manaus.
Posições na chapa
Mas, a pergunta que se está fazendo: nas eleições de 2026, o que realmente o PT do Amazonas deseja?
A chapa majoritária tem quatro posições principais e quatro posições secundárias.
As posições principais são de governador, vice-governador e dois senadores. Já as secundárias são quatro suplentes de senador, dois para cada vaga.
Já se sabe que Omar Aziz deverá ser o candidato a governador, pelo PDS. Assim como Eduardo Braga ocupará uma de senador, pelo MDB.
Dessa forma, o PT reivindica espaço na chapa, seja de vice-governador ou a segunda vaga de senador, com Marcelo Ramos à frente,
Por sua vez, os petistas afirmam ser natural essa postulação porque o PT é o partido com maior tempo de televisão nessa coligação e é o partido do presidente da República.
Outra razão é que o principal cabo eleitoral dessa chapa, o presidente Lula, só pode aparecer no programa se o PT estiver na coligação.
Segundo voto
Além disso, nas eleições para o Senado, com duas vagas, a tradição é que um dos candidatos fortes percam. Exemplos são: Bernardo Cabral perdeu para Jefferson Peres (1994), Arthur Neto perdeu para Vanessa Grazziotin (2010) e Alfredo Nascimento perdeu para o Plínio Valério (2018).
Dessa forma, o PT enxerga o segundo nome forte para compor o Senado, o do governador Wilson Lima (União Brasil). Logo, a tese é que o eleitor de Braga, o primeiro nome, não vota em Lima, como segundo nome para senador.
Assim, sobraria para o companheiro de Braga na chapa, até aqui o cotado é Marcelo Ramos, receber os votos necessários para elegê-lo.
Até porque o PT nacional e o presidente Lula têm maior interesse na vitória dos dois nomes de seu campo político no Amazonas.
Nesse cenário, a possibilidade de um segundo voto faz tornar viável uma candidatura da esquerda para o Senado, principalmente por conta do interior do estado.
Nesse bojo, ainda têm nomes de peso com o do senador Plínio Valério (PSDB-AM), que busca a reeleição, e o do deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM), candidatíssimo a senador no ano que vem.
Eleição no Senado
Esse debate toma corpo porque a eleição de 2026 ao Senado será o principal tabuleiro depois da presidência da República das disputas. Isso porque o ex-presidente Jair Bolsonaro vê nessa eleição a possibilidade de construir uma maioria naquela casa.
O que possibilitaria a ele criar sérios constrangimentos ao presidente Lula no caso de reeleição e principalmente possibilitaria a Bolsonaro e seu grupo aprovar a anistia de 8 de janeiro e impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Por isso, haverá uma grande disputa por essas vagas no Senado. E o presidente Lula enxerga a possibilidade real de eleger dois senadores de seu campo político no estado do Amazonas.
Suplentes petistas
Por fim, há um elemento importante nessa análise de cenários para o Senado e a posição do PT nas eleições de 2026:
Para ampliar a chapa e as possibilidades de alianças com outros partidos, o senador Omar Aziz, futuro candidato ao governo do Amazonas, pode querer tirar o PT de sua chapa majoritária.
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E o principal argumento é que seus dois suplentes de senador, no atual mandato são do PT. A primeira suplente é Cheila Moreira e o segundo suplente é João Pedro.
Nesse caso, Omar Aziz sendo eleito governador, deixará seu mandato de senador, até 2031, a um dos suplentes do PT. Embora, reconhecendo essa possibilidade, os petistas vão insistir na vaga da chapa majoritária nas eleições de 2026.
Foto: reprodução internet