Lula faz cálculo para escolher de ministros e evitar desfalque no Senado

Uma das interrogações na lista de ministros é a quantidade de senadores que o petista estará disposto a tirar do Congresso para entrar no governo

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Ferreira Gabriel

Publicado em: 06/11/2022 às 16:33 | Atualizado em: 06/11/2022 às 16:33

A escolha de nomes para o ministério de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve incluir um cálculo para evitar desfalques na base política do governo, principalmente no Senado.

O presidente eleito indicou a aliados que vai calibrar essas indicações, o que pode impactar a composição de primeiro escalão projetada pelos petistas.

Ao menos seis senadores, entre atuais e eleitos, estão na bolsa de apostas para ocupar ministérios do futuro governo. Três deles são considerados peças-chave: Flávio Dino (PSB-MA), Wellington Dias (PT-PI) e Jaques Wagner (PT-BA).

O trio compõe a lista de favoritos de Lula para algumas das funções mais relevantes da Esplanada, como Justiça, Casa Civil, Economia e Defesa.

Lula não abriu mão de nenhum desses nomes, mas avisou a petistas que levará em conta a perda de capacidade política que essas nomeações poderão ter no Congresso.

Os senadores teriam que se licenciar de seus mandatos para assumir cargos no governo, o que deixaria as vagas no Legislativo nas mãos de suplentes.

Ainda que esses substitutos sejam considerados aliados, Lula acredita que o governo poderia perder a capacidade de articulação e a liderança de políticos experientes.

O risco seria considerável dentro de um Senado que elegeu representantes de peso do bolsonarismo na última eleição -como Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Sergio Moro (União-PR) e Damares Alves (Republicanos-DF).

Em uma reunião com aliados no início da semana passada, Lula afirmou que só voltaria a discutir a formação do novo governo depois de retornar de um descanso no litoral da Bahia.

Uma das interrogações na lista de ministros é a quantidade de senadores que o petista estará disposto a tirar do Congresso para entrar no governo.

Leia mais na matéria de Julia Chaib e Bruno Boghossian na Folha de S. Paulo

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Foto: Divulgação/PT