O ministro da Economia, Paulo Guedes, sugeriu nesta quinta-feira, dia 25, que a cidade de Manaus seja transformada na capital mundial de venda de oxigênio e carbono.
“Temos que ter, por que não, em Manaus, uma capital mundial de negociação de carbono, de bolsa de valores onde se negociam mercados que hoje aparecem intangíveis. Nós temos água, nós temos oxigênio e isso tudo tem valor econômico, enorme valor econômico”.
Guedes acrescentou que esse mercado seria um visão de futuro diferente.
“Isso nós podemos criar aqui, no Amazonas, um centro mundial de sustentabilidade, um centro mundial de biodiversidade e, ao mesmo tempo, criando riquezas com uma nova visão de futuro diferente”.
O ministro falou isso durante a reunião do Conselho de Administração da Suframa (CAS) com a presença do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
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O discurso foi para sustentar sua visão crítica em relação ao modelo econômico Zona Franca de Manaus (ZFM), que ancora mais de 80% da economia do Amazonas.
O modelo, criado há 52 anos, é fincado em uma política de incentivos fiscais concedidos principalmente pelo governo federal.
“Vamos viver só de diferença de impostos? Só por que tem uma diferença de impostos?”, indagou, completando:
“O ideal seria que o Brasil fosse uma enorme zona franca, que os impostos fossem baixos, que nós fôssemos uma economia de mercado realmente e que pudéssemos fechar esse gap (lacuna) e responder a esse enigma que o presidente sempre diz, que é: como é que pode um país tão rico de recursos naturais não ter ainda saído da miséria e ter uma parcela importante na pobreza?”.
Para o ministro, esse mercado futuro colocaria o Brasil em outro nível de negociação com os americanos, por exemplo, disse ele.
“Nós brasileiros somos parceiros naturais dos americanos, mas queremos também saber se eles reconhecem o direito de propriedade ao oxigênio que nós produzimos o oxigênio nos mundo”, argumentou.
Governador rebate ministro
A fala do ministro foi retrucada pelo governador Wilson Lima (PSC), que reconheceu a necessidade de criação de novas matrizes econômicas, mas foi taxativo na defesa da ZFM.
“Nós não temos nenhum modelo a curto e médio prazo que possa substituí-la. Senhor presidente, senhor ministro da Economia, nós não abrimos mão da Zona Franca de Manaus. Ele tem continuar no texto da Constituição como está”.
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O governador do Amazonas também defendeu a participação dos governadores da região na reforma tributária que começa a tramitar no Congresso.
Além de Wilson Lima, o governador do Acre, Gladson Cameli defendeu a manutenção da ZFM, dizendo que além dos estados da área de abrangência da Suframa, outros estados de outras regiões são beneficiados pelo modelo.
Foto: BNC