Oitava colocada em uma eleição com 13 concorrentes à Presidência da República, ficando com 1% dos votos, ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente dos governos petistas de Lula da Silva, Marina Silva opinou hoje, dia 3, que a “Amazônia com certeza corre risco” no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
“Cada um de nós tem, em sua consciência, os valores que definem seu voto. Sei que, com apenas 1% de votação no primeiro turno, a importância de minha manifestação, numa lógica eleitoral restrita, é puramente simbólica. Mas é meu dever ético e político fazê-la”, afirmou.
Ela disse que vê com “preocupação” as propostas de Bolsonaro para região na questão ambiental. Foi em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
Marina, dizendo não alimentar esperança no governo Bolsonaro, afirmou que a “Amazônia com certeza corre risco” diante de declaração que atribuiu ao governo de que vai acabar com a proteção ao meio ambiente e com o instituto de proteção.
No final do primeiro turno, ela declarou que havia risco imediato ao Bolsonaro prometer “desmontar a estrutura de proteção ambiental conquistada ao longo de décadas, por gerações de ambientalistas, fazendo uso de argumentos grotescos, tecnicamente insustentáveis e desinformados. Chega ao absurdo de anunciar a incorporação do Ministério do Meio Ambiente ao Ministério da Agricultura”, afirmou.
Presença militar
Sobre a presença de militares no governo, Marina afirmou ser “época do autoritarismo”, como pregado na campanha. “Já estamos começando com muitos retrocessos. A população foi por um caminho que eu discordo. Sou oposição desde já”.
Apoio ao adversário de Bolsonaro
Ao fim do primeiro turno, Marina declarou apoio e voto “crítico” ao candidato do PT, Fernando Haddad, e recomendou que os filiados do partido Rede não votassem em Bolsonaro (PSL).
Ao embasar seu apoio, Marina afirmou que votará em Haddad porque este “não prega a extinção dos direitos”, nem a repressão aos movimentos.
“A política democrática deve estar fortemente aliançada no respeito à Constituição e às instituições, exercida em um ambiente de cultura de paz e não violência”, disse.
Críticas ao petista
Em texto divulgado pelas redes sociais, Marina ressaltou que a frente democrática e progressista defendida por Fernando Haddad não se mostrou capaz de inspirar uma aliança ou mesmo uma composição política.
“Mantém o jogo do faz de conta do desespero eleitoral, segue firme no universo do marketing, sem que o candidato inspire-se na gravidade do momento para virar a própria mesa, fazer uma autocrítica corajosa e tentar ser o eixo de uma alternativa democrática verdadeira”.
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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil