Por Neuton Corrêa , da redação
A ex-senadora e candidata à Presidência da República pela Rede Sustentabilidade, Marina Silva, disse hoje que, caso Fernando Haddad (PT) ou Jair Bolsonaro (PSL) cheguem ao Palácio do Planalto, o Brasil não terá sossego.
“O PT e o candidato Bolsonaro estão fazendo uma guerra entre eles. Se essas pessoas ganharem, o Brasil não vai ter sossego”, disse ela, colocando-se como solução para unir o país por ter disposição, capacidade e por não fazer discurso de ódio.
“As pessoas vão entender quem tem disposição e capacidade de unir o Brasil, porque não faz o discurso do ódio, não faz o discurso de que a gente resolve as coisas na base da força”, cutucou.
Marina falou isso para o povo de Manaus ao participar do programa Manhã de Notícias (89,7 FM), nesta quarta-feira, dia 26, ao ser abordada pelo apresentador Ronaldo Tiradentes sobre suas chances de eleição, já que vem caindo nas pesquisas.
Confronto
Terceira vez disputando o cargo, ela respondeu que agora que começou a fase de confronto entre os presidenciáveis.
“As eleições ainda têm muito chão pela frente. Agora que nós estamos fazendo a disputa com os candidatos. Porque até então o candidato do PT estava escondido”, respondeu.
Marina Silva também disse que pretende retomar o que chamou de coisas boas do Plano Real, dos governos do PSDB, e políticas sociais, dos governos petistas.
Mas, com uma diferença, observou: sem roubar.
“E tenho dito que as coisas boas do Plano Real, para que o Brasil volte a crescer, eu vou recuperar. As coisas boas das políticas sociais eu vou manter e melhorar. Só que vou fazer isso sem roubar, vou fazer isso usando cada centavo em benefício da saúde, em benefício da segurança. Vamos fazer um governo sem roubar para unir o Brasil”.
Irritação
Na entrevista, Marina Silva se mostrou irritada com perguntas sobre a recuperação da BR-319 e voltou, sem citar nomes, a responsabilizar o deputado federal Alfredo Nascimento (PR), ex-ministro dos Transportes, e o senador Eduardo Braga (MDB), ex-ministro das Minas e Energia.
A reação é porque a ex-senadora é acusada pela classe política do Amazonas de ter criado dificuldades de liberar a obra, ainda inconclusa, quando esteve à frente do Ministério do Meio Ambiente, no governo Lula.
“Faz 11 anos que deixei de ser ministra. Vocês tiveram um ministro dos Transportes, um ministro de Minas e Energia e vocês ainda continuam repetindo a mesma coisa? Se era tão fácil fazer, porque, nesses 11 anos, não foi feito?. Fazer a estrada não é só no gogó. Tem gente que ganha eleição só no discurso, teve oportunidade e não fez”, retrucou.
Marina defendeu que a obra seja concluída quando tiver viabilidades econômica, social e ambiental.
“Vejam o que aconteceu com as hidrelétricas de Rondônia e com Belo Monte. O município que abriga a hidrelétrica já é hoje um dos mais violentos”.
ZFM
Marina Silva ainda falou de Zona Franca de Manaus. Ela defendeu o modelo, criticou nominalmente o adversário Geraldo Alckmin (PSDB), dizendo que ele quer acabar com a ZFM sem apresentar solução para o estado mais preservado na Amazônia.
Ela também propôs projetos de transição para que o Amazonas tenha novas alternativas econômicas até o fim da vigência do modelo industrial atualmente existente.
Foto: Reprodução/TV Tiradentes