O ministro interino da saúde, general Eduardo Pazuello, esteve nesta terça-feira, dia 9, na Comissão Externa da Câmara dos Deputados. O colegiado acompanha as ações relativas à Covid-19 desde o início da pandemia.
Na Comissão, o ministro negou, com veemência, que o governo esteja ocultando dados dos óbitos do coronavírus no país.
Na presença do presidente a Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), Eduardo Pazuello apresentou uma nova plataforma interativa e a mudança no sistema de divulgação dos dados.
A pasta, de acordo com o ministro, além das informações divulgadas hoje atualmente, deve apresentar também os óbitos em suas datas de ocorrência.
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“Atualmente, são divulgados os resultados notificados diariamente, independentemente do dia do falecimento do paciente. Há casos de resultados laboratoriais de mortes registradas há semanas, mas que contam para a contabilidade do dia”, explicou o ministro interino.
Segundo ele, com o aumento dos testes e da capacitação de laboratórios e de profissionais, a rede pública vem aumentando sua capacidade de diagnóstico.
“Ou seja, os usuários da nova plataforma conseguirão visualizar quantas mortes foram notificadas no dia e a que data se refere cada óbito”, acrescentou.
Críticas sobre o sistema de informações
O ministro disse ainda que todas as informações são públicas e consolidadas pelas secretarias estaduais de saúde. E o Ministério da Saúde reúne todas as informações.
Os dados estão à disposição dos gestores no seguinte endereço: https://opendatasus.saude.gov.br/
No entanto, para ter acesso ao novo sistema, é preciso ter uma senha. O que foi criticado por deputados da oposição.
Deputados do PT, Psol e PCdoB também confrontaram Pazuello sobre os números da Covid-19 divulgados, os desencontros no Ministério e os posicionamentos do presidente Jair Bolsonaro em relação à pandemia.
O ministro informou que os técnicos do MS estão cuidando dos problemas com o novo portal e deu prazo até 48 horas para que todos os gestores estaduais, municipais e a sociedade possam acessar a ferramenta.
Por fim, o ministro Pazuello garantiu aos deputados da Comissão Externa que os dados de estados que não informarem até às 16h serão contabilizados no boletim do dia seguinte.
“A metade do mundo está dizendo que estamos escondendo o número de óbitos. Mas os números estão sendo divulgados 24 horas por dia, on line e full time” aos gestores, declarou Eduardo Pazuello
“Casos no Norte e Nordeste estão diminuindo”
Ao explicitar alguns dados da Covid-19 no Brasil, o ministro disse aos parlamentares que o pico da doença “já passou” nas regiões Norte e Nordeste e que a preocupação agora é com o Centro-Oeste e Sul.
Com base em informações técnicas, Pazuello disse que o grande número de casos no Norte e Nordeste ocorreu por causa do que ele chamou de “inverno de inverno do hemisfério Norte”.
E que também foi agravado pela incidência endêmica de casos de influenza e H1N1 nessas duas regiões.
Os casos do Norte e Nordeste estão migrando das capitais e regiões metropolitanas para o interior dos estados.
Agora, segundo o ministro, com a chegada do inverno do hemisfério Sul, o coronavírus deverá se intensificar no Sul do país.
Novas orientações
Aos membros da Comissão Externa da Câmara, Eduardo Pazuello, fez um relato dos 45 dias que está à frente do Ministério da Saúde.
E duas orientações foram adotadas:
1 – testagem rápida e diagnóstico da população que agora deve procurar os hospitais assim que apresentarem sintomas do coronavírus;
2 – manejo do paciente que se divide em: medicamento e dosagem; insumos e equipamentos e capacitação dos médicos, intensivistas, equipes de enfermagem e fisioterapeutas.
Liberação de recursos e equipamentos
O ministro interino da Saúde apresentou as contrapartidas do governo federal:
Liberação R$ 1,078 bilhão aos estados e municípios;
7.500 leitos de UTI e USV (Unidades de Suporte de Ventilação);
11,3 milhões de medicamentos foram distribuídos;
110 milhões de EPIs (equipamentos de proteção individual);
10 milhões de testes, sendo 7,5 milhões de RT (testes rápidos) w 2,5 milhões de PCR (testagem de nariz e garganta);
4 mil ventiladores/respiradores;
6 mil profissionais de saúde foram enviados a todo o país.
Foto: Najara Araújo/Câmara dos Deputados