Ministros do STF dão a ex-senador cassado chance nas eleições

Publicado em: 17/04/2018 às 19:11 | Atualizado em: 17/04/2018 às 19:15
Três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) permitiram, nesta terça-feira (17), que o ex-senador Demóstenes Torres, que teve mandato cassado por envolvimento em organização criminosa, esteja de volta à campanha eleitoral com a intenção de ser senador pelo estado de Goiás.
O retorno dele à vida política se dá graças aos votos dos ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski (foto).
Os votos contrários na Segunda Turma da corte foram de Celso de Mello e Edson Fachin.
Pela decisão, Demóstenes está elegível porque a corte anulou as provas criminais contra ele.
Antes da decisão, Demóstenes não poderia participar das eleições até 2027, por ter perdido o mandato, conforme a Lei Complementar 64/1990, conhecida como Lei das Inelegibilidades.
O ex-senador foi cassado em outubro de 2012 pelo plenário do Senado, sob a acusação de ter se colocado a serviço da organização criminosa supostamente comandada pelo empresário Carlos Cachoeira, conforme apontavam as investigações da Polícia Federal na Operação Monte Carlo.
Provas nulas
Durante o julgamento, o ministro Dias Toffoli afirmou que a resolução do Senado que cassou o mandato de Demóstenes foi baseada em provas nulas e não tem mais efeitos no mundo jurídico, inclusive para impedir sua candidatura com base na cassação.
Apesar do entendimento, o ministro rejeitou o pedido do ex-senador para voltar ao mandato em função da impossibilidade de o Judiciário rever a decisão política da Casa.
“Para o mundo jurídico, aquela resolução não surte efeitos no patrimônio do cidadão Demóstenes Torres, quanto a sua capacidade eletiva em decorrência daquela resolução”, afirmou Toffoli.
Em abril do ano passado, entretanto, a Segunda Turma do STF, da qual Toffoli faz parte, concedeu um habeas corpus a Demóstenes e anulou escutas telefônicas que foram utilizadas para embasar o processo de cassação do parlamentar.
Na ocasião, foi determinado também a reintegração do ex-senador ao Ministério Público de Goiás, no qual ingressou em 1987
Fonte: Agência Brasil
Foto: Reprodução/Portal Cofemac