O novo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, afirmou que não existem riscos para o país por conta do resultado das eleições presidenciais deste ano.
“Qualquer temor deveria deixar de existir. Não existem riscos para o país. O país não vai acabar nem retroceder (independentemente de quem ganhe). O Brasil não precisa temer quem quer que ganhe a eleição”, afirmou ao ser questionado pelo GLOBO sobre eventuais riscos de fuga de capital em caso de uma vitória petista.
A declaração foi dada em encontro com jornalistas na sede da entidade na manhã desta quinta-feira (17), ao responder uma pergunta sobre eventuais receios no mercado financeiro quanto a uma possível vitória de um candidato da esquerda.
“O país pode continuar de maneira mais rápida e mais célere, dando dignidade a seu povo, ou não, mas não vai acabar. As instituições no Brasil são fortes. Estão sob ataque constantemente, mas são fortes”. afirmou.
O executivo disse, ainda, que a urna eletrônica é confiável, em contraposição à posição do presidente Jair Bolsonaro, que por reiteradas vezes criticou a confiabilidade do voto eletrônico.
Ao comentar a recente declaração do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre a diminuição de temores no mercado quanto a uma mudança de governo, Josué concordou e disse que Campos Neto “está dizendo o óbvio”.
Gomes admitiu que não existe consenso no setor privado sobre que projeto de reforma tributária deve ser aprovado no Congresso, mas afirmou que vai defender a simplificação dos tributos e uma redução de carga tributária para a indústria de transformação.
O novo presidente da Fiesp afirmou ser contrário a concessões de subsídios verticais a setores da economia, salvo em situações de segmentos industriais inovadores e por um período de tempo definido. Para ele, a redução de carga tributária na indústria não pode acarretar aumento de impostos em outros segmentos, como o agronegócio e os serviços.
Mesmo com uma eventual redução na carga tributária, Gomes disse acreditar que a arrecadação não seria afetada.
Gomes afirmou que a Fiesp contratou a consultora Vanessa Rahal, especialista em sistemas tributários, para ajudar a formar um consenso no setor privado em torno de um único projeto de reforma tributária.
“Vamos continuar pedindo redução de impostos de maneira horizontal para a indústria de transformação. (…) Vanessa vai estar a partir de março nos ajudando a trabalhar por um consenso de reforma tributária. (…) A gente não pode querer diminuir a carga tributária da indústria aumentando a carga de outros segmentos. (…) Vários estados tiveram a coragem de reduzir alíquotas e não tiveram impacto na arrecadação”, salientou.
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Foto: Geraldo Magela/Agência Senado