O senador Omar Aziz (PSD) deu mais uma cutucada no presidente Jair Bolsonaro (PL) ao divulgar dados da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), apontando que os brasileiros vão reduzir despesas com álcool, gasolina e diesel.
“Esta é a realidade que o presidente Bolsonaro já demonstrou que não consegue mudar”, criticou o senador .
“CNI mostra que 20% da população vai deixar de comprar combustíveis nos próximos três meses e 30% vai reduzir gasto com álcool, gasolina e diesel. Para o gás de cozinha, 26% dos entrevistados têm planos de diminuir o consumo e 2% querem parar de comprar”, postou o senador no Twitter.
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Omar não fez referência a política de Preço de Paridade de Importação (PPI) da Petrobrás, apontada pelos opositores de Bolsonaro, como a principal responsável pelas altas dos preços.
“Por que você paga tão caro pela gasolina, diesel e gás de cozinha? Porque há 1230 dias Bolsonaro insiste em manter a política de preços dolarizados dos combustíveis que Temer começou. Sim, a culpa é deles!”, criticou o deputado federal Bohn Gass (PT-RS).
FUP
“Não é fixada por lei, como ele [Bolsonaro] quer fazer crer, tentando tirar o corpo fora do problema. Essa política equivocada foi criada por Michel Temer, em outubro de 2016, logo após o impeachment da ex-presidenta Dilma Roussefff, e segue intocável desde então”, explicou a Federação Única dos Petroleiros (FUP) por meio de nota.
A entidade diz que Bolsonaro nada fez para mudar uma vírgula do que é previsto pelo PPI.
“Pelo contrário. Só no seu governo, de janeiro de 2019 até hoje, a gasolina já acumula 155,8% de aumento nas refinarias; o diesel subiu 165,6% e o GLP aumentou 119,1%, fazendo com que o preço médio do botijão de gás de cozinha esteja acima de R$ 120,00.”
O coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, diz que Bolsonaro mente quando diz não poder mudar o PPI.
“A Petrobrás não é forçada a utilizar o PPI. O novo aumento do diesel anunciado na semana passada é mais uma medida com impactos cruéis sobre a inflação e que contribui ainda mais para a explosão dos preços da comida dos brasileiros”, afirmou.
“Bolsonaro não muda a política de reajustes porque não quer desagradar acionistas privados, que têm no PPI a garantia de altos lucros gerados pela estatal, cuja diretoria é nomeada pelo próprio presidente da República”, explicou Bacelar.
De acordo com ele, o foco da Petrobrás hoje é gerar e distribuir valor para acionistas. “Mais de 45% são investidores estrangeiros, com ações da Petrobrás nas bolsas de São Paulo e de Nova Iorque”, disse.
Foto: Agência Senado