Omar e Braga podem ter papel de destaque na CPI da covid
Ao lado do senador Otto Alencar (BA), Omar deve ser o indicado pelo PSD para compor o colegiado de 11 titulares e com a expectativa de atuação independente
Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 12/04/2021 às 18:14 | Atualizado em: 12/04/2021 às 19:20
Integrantes das maiores bancadas partidárias, os senadores Omar Aziz (PSD) e Eduardo Braga (MDB), ambos do Amazonas, estão cotados para estar entre os 11 titulares da CPI da covid.
Essa comissão vai investigar no Senado a omissão e responsabilidade do governo de Jair Bolsonaro na pandemia do coronavírus (covid-19).
No caso específico, os senadores vão apurar as responsabilidades do governo sobre a falta de oxigênio na rede hospitalar do Amazonas.
Ao lado do senador Otto Alencar (BA), Omar deve ser o indicado pelo PSD para compor o colegiado.
A expectativa é que ambos atuem de forma independente, ou seja, sem alinhamento com a oposição ou governo.
Já o senador Eduardo Braga, líder do partido com maior bancada, é cotado para assumir a relatoria da CPI, considerado o cargo mais importante.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), prometeu ler o requerimento na sessão desta terça-feira (13), o que viabiliza a instalação da CPI.
Nos bastidores, comenta-se que a conversa divulgada pelo senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) com Bolsonaro, sobre a CPI, deu mais impulso para a instalação do colegiado nesta terça-feira.
Na ligação, divulgada neste domingo (11), o presidente pede ao parlamentar para evitar a CPI e ainda pressiona para que ele induza impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Se não mudar o objetivo da CPI, ela vai vir para cima de mim. O que tem que fazer para ser uma CPI útil para o Brasil: mudar a amplitude dela, bota presidente da República, governadores e prefeitos”, diz Bolsonaro.
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Manutenção do apoio
Consultados pelo BNC Amazonas, os três senadores disseram que não iriam retirar suas assinaturas da lista dos requerentes.
Os governistas fazem pressão sobre os parlamentares para retirarem os nomes e inviabilizar a instalação do colegiado.
O senador Plínio Valério (PSDB) disse que seu nome será mantido, porém, defende a ampliação da investigação para governadores e prefeitos como quer o presidente Bolsonaro.
“Olha já existe um requerimento do senador Alessandro (Vieira – Cidadania-SE) pedindo a ampliação para que investigue governos e municípios. E tem também, já faz tempo que anda circulando, que conseguiu todas as assinaturas, a do senador Eduardo Girão (Podemos-CE) que é ampla”, explicou.
O senador amazonense verificou que há um consenso entre seus colegas para ampliar o foco da CPI e investigar todos os níveis de governo.
“Vai permanecer a assinatura da gente e vamos ver qual das duas vai ser instalada, mas é consenso que seja ampliada sem necessidade de retirar a assinatura”, disse.
Em entrevista ao site Antagonista, o senador Braga afirmou que a inclusão de estados e municípios é “muito mais uma narrativa política”.
“Veja só: os recursos aplicados pelos estados e municípios na pandemia têm origem onde? No governo federal. Os fatos conexos já estariam, de qualquer forma, sendo investigados na CPI. Isso é muito mais uma narrativa política. Na narrativa política, se estende a estados e municípios, mas isso não significa dizer que é uma segunda CPI”, afirmou.
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado