O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD), tem se caracterizado pela espontaneidade durante suas manifestações nas sessões do colegiado. Na oitiva desta terça-feira (21), ele reforçou sua fala usando o amazonês.
Na ocasião, os senadores avaliavam o discurso do presidente Jair Bolsonaro à Assembleia-Geral das Nações Unidas e o gesto obsceno feito pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em resposta a manifestante anti-bolsonarista em Nova York.
“E aí, no nosso linguajar no Amazonas, o que o ministro Queiroga fez ontem foi dar ‘cotoco’. Ele já tinha dado um cotoco para os jovens na semana passada, porque não queria que se vacinassem”, criticou Omar.
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De acordo com ele, o ministro pratica uma cena deprimente para um profissional que já foi presidente do Conselho de Cardiologia do Brasil. Então, aí perguntam: ‘Quando é que vai terminar a CPI?’ Eu não sei”, diz o presidente da CPI.
Durante depoimento do ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, um senador fez uma observação sobre o depoente: “Muito petulante, né, presidente?”. “Petulante pra cara….”, respondeu Aziz.
Referindo-se a Bolsonaro, Omar até reconhece seu papel, digamos assim, espontâneo.
“Eu estou aqui dando uma de primeiro-ministro da Inglaterra, estou sendo xavequeiro, de uma forma mais brasileira do que inglesa: ‘Tu já se vacinou? Toma a AstraZeneca1. E, aí, a pessoa cai na piadinha. Então, eu estou sendo aqui xavequeiro”, brincou.
Frases
A colunista Débora Lopes, do BuzzFeed, deu-se ao trabalho de selecionar as dez melhores frases de Omar na CPI.
Com a voz grossa e rouca, ela diz que Aziz ativa o modo “língua de chicote”.
Confira as frases:
“Vossa excelência é o maior palhaço que tem aqui”, falou Omar para o senador Marcos Rogério (DEM-RO), que chamou a CPI de circo. Deve até ter ardido a cara…
“Eu posso falar na hora que eu quiser. Eu sou presidente dessa Comissão”, esbravejou. Chefe é chefe, né, pai. #Mamacito
“Não faça isso, senador. Não faça isso…” é uma das frases mais clássicas de Omar toda vez que um parlamentar começa a perder a compostura.
“Vossa excelência é um oportunista. E um oportunista pequeno”, disse para o senador bolsonarista Eduardo Girão (Podemos-CE).
“Ahhh, me erre”, falou Omarzão das massas em mais um de seus entreveros com o bolsonarista Marcos Rogério.
“O senhor só está aqui por causa da entrevista da revista Veja, senão, a gente nem lembraria que o senhor existiu”, disse para Fabio Wajngarten, ex-secretário de comunicação de Jair Bolsonaro. Na cara não, Omar!
“Insalubres eram as vacinas que o seu presidente queria comprar.” Eeeeita, língua de chicote.
“Só um minutinho, excelência. Só um minutinho” é outra frase recorrente pra conseguir calar a boca dos colegas quando a CPI fica pior que a quinta série B com todo mundo falando junto.
“Eu conheço sua família…” é uma variação para quando “Senador, não faça isso” deixa de funcionar. Então, a frase completa fica: “Senador, não faça isso. Eu conheço sua família, tenho admiração pelo senhor”. É um jeito carinhoso do Omar falar “Bicha, aquieta a xana”.
“Chapéu de otário é marreta”, falou para o depoente Luiz Paulo Dominguetti, representante da Davati Medical Supply que exibiu um áudio mentiroso na CPI. A expressão, desconhecida pela maioria, acabou viralizando nas redes sociais pois tudo que o brasileiro tem precisado depois de um ano e meio de distanciamento social é de ENTRETENIMENTO até mesmo na CPI.
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado