Quarta fase da operação Sangria mira hospital da covid do Amazonas

Polícia Federal cumpre seis mandados de prisão e 15 de busca e apreensão de mais de R$ 22,8 milhões em bens de envolvidos em crimes

Operação Sangria

Aguinaldo Rodrigues, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 02/06/2021 às 07:53 | Atualizado em: 02/06/2021 às 12:57

A Polícia Federal divulgou nesta quarta (2) que a ação que realiza em Manaus é a quarta fase da operação Sangria. O objetivo é apurar denúncias contra o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), o vice Carlos Almeida Filho (PSDB), deputados estaduais e mais 14 pessoas.

São cumpridos 25 mandados judiciais expedidos pelo Superior
Tribunal de Justiça (STJ). Entre eles, 19 de busca e apreensão e 6 de prisão temporária. Além de Manaus, a operação ocorre simultaneamente em Porto Alegre (RS)..

Além disso, a polícia está autorizada a sequestrar dos envolvidos mais de R$ 22,8 milhões em bens e valores.

A operação, portanto, ocorre no mesmo dia em que o STJ julga denúncia contra Lima e Almeida Filho e os demais pela compra de respiradores em 2020.

Como resultado, um dos primeiros alvos visitados pela Polícia Federal hoje foi o prédio requisitado pelo Governo do Amazonas ao grupo Nilton Lins para servir de hospital da covid (coronavírus) em 2020/2021.

Conforme a operação Sangria, há suspeita de fraudes e superfaturamento em contratos para funcionamento do hospital. Empresários e servidores do governo estariam envolvidos.

Entre os crimes investigados estão organização criminosa, fraude a licitação e desvio de recursos públicos.

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Suspeitas na contratação

Conforme a Polícia Federal, há indícios de que servidores da Secretaria de
Saúde do Amazonas (SES-AM, antiga Susam) realizaram contratação fraudulenta. Dessa maneira, favoreceram grupo de empresários locais, sob orientação do Governo do Estado.

Além disso, há suspeita de crimes em contratos das áreas de conservação e limpeza, lavanderia hospitalar e diagnóstico por imagem. Todos são de janeiro de 2021, realizados pelo Governo do Amazonas.

De acordo com a polícia, esses serviços foram contratados para o hospital. Porém, contêm indícios de ilegalidades na licitação, sobrepreço e não
prestação de serviços.

Foto: BNC Amazonas