O jornal Folha de S.Paulo publica hoje (19) uma grave denúncia contra o ministro da Saúde do governo Bolsonaro. Eduardo Pazuello soube que faltava oxigênio em Manaus pelo menos desde o dia 8 de janeiro.
Ele sabia, por exemplo, que equipes médicas nos hospitais deixavam de medir a saturação de pacientes para não constatar que precisavam de oxigênio.
Quem lhe passou a informação, de forma oficial, em relatório, foi a Força Nacional do SUS. Convocada por ele mesmo para levantar o nível da crise na capital do Amazonas.
Documentos gerados pela equipe e repassados oficialmente a Pazuello contêm detalhes, dia a dia, de 8 a 13 do mês. Portanto, o ministro foi cientificado do colapso na saúde do estado ainda enquanto estava em Manaus. Ele ficou até o dia 13.
Dessa maneira, o general convocado por Bolsonaro para comandar a saúde do país, mesmo sem entender nada da pasta, conheceu a evolução do caos e não tomou providência capaz de suprir o oxigênio necessário pela rede hospitalar. Como resultado, houve mortes de pacientes do coronavírus por falta do produto .
“Estão preferindo não medir a saturação dos pacientes na sala rosa 1 [hospital 28 de Agosto], pois, ao medir, vários pacientes precisarão de oxigênio e não terão como suprir a demanda”
Relatório da Força Nacional do SUS após visita ao hospital 28 de Agosto, em Manaus
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Providência irrisória
Conforme a Folha, mesmo sabedor do tamanho da demanda, Bolsonaro e Pazuello enviaram quantidades muito aquém da demanda do Amazonas.
Tão insuficiente que impediu o Governo do Estado de abrir novos leitos de UTI no hospital universitário Getúlio Vargas, de responsabilidade federal.
Por tudo isso, a PGR (Procuradoria-Geral da República) poupou Bolsonaro e deu 15 dias a Pazuello para explicar a omissão de socorro suficiente ao Amazonas.
Apesar da crise continuar forte, Pazuello disse nesta segunda (18), ao lado do governador Wilson Lima (PSC), que o abastecimento estava “equalizado”. Eles falaram do plano para suprir o oxigênio por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandovski no dia 15. Hoje, ele voltou a cobrar relatório do governo federal.
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Foto: Anderson Riedel/Presidência da República