Para deputado do AM, Moro fez papelão virando sócio nos EUA

Para o deputado Serafim Corrêa, dessa maneira Moro joga fora toda a sua biografia, o que começou a fazer quando condenou o ex-presidente Lula da Silva (PT) na Lava Jato

01/12/2020 14:07

O deputado Serafim Corrêa, do PSB do Amazonas, repudiou hoje (1º) o ingresso do ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro na consultoria Alvarez & Marsal. A empresa é dos Estados Unidos, onde seu novo sócio-diretor deve morar.

Essa empresa é responsável pela recuperação judicial de Odebrecht e OAS, duas das principais empreiteiras brasileiras envolvidas na operação Lava Jato.

“É lamentável o papelão do ex-juiz Sérgio Moro. Ele, que como juiz, agiu acertadamente quando puniu aqueles grandes empresários que fizeram do Estado uma propriedade sua. Como foi o caso da empresa Odebrecht”.

Para o parlamentar, dessa maneira Moro joga fora toda a sua biografia, o que começou a fazer quando condenou o ex-presidente Lula da Silva (PT) na Lava Jato. Além disso, Serafim considera que ele anulou assim um forte concorrente de Jair Bolsonaro na disputa pela Presidência da República em 2018.

“Era como alguém que tivesse apitado um jogo de futebol e, ao final, ao invés dos jogadores carregarem o técnico do time, carregam o juiz. Aquilo ali [ser ministro de Bolsonaro], já manchou a sua biografia, mas agora resolveu manchar de fez”.

Moro, como juiz da Lava Jato no Paraná, de 2014 a 2018, condenou empresários, dirigentes e sócios de empresas, como as construtoras Odebrecht e OAS.

Sérgio Moro assume cargo de diretor em empresa norte-americana

Biografia no lixo

Em síntese, o deputado vê que a decisão de Moro coloca sua atuação como juiz sob suspeita. Afinal, suas decisões causaram, acertadamente, prejuízo às finanças das empreiteiras, levando-as a buscar recuperação judicial.

“Agora, ele vai trabalhar na empresa que cuida da recuperação judicial das duas empreiteiras e vai cuidar disso não como consultor, mas como sócio. É lamentável o papelão de Sérgio Moro. Quero registrar o meu repúdio”.

O ex-juiz, que hoje é tido entre os nomes para disputar a eleição presidencial de 2022, pode ter essa condição prejudicada a partir de agora, conforme o deputado.

“Esse cidadão jogou fora todas as condições que tinha de ser um juiz duro, um juiz correto. Isso depõe contra ele. Decepciona em grande parte seus seguidores”, afirmou Serafim.