Parlamento Amazônico reabre com membros da bancada amazonense 

O Parlamaz, composto por oito países amazônicos, foi criado em 1989, mas estava desativado há oito anos. Para a OTCA, o colegiado é um canal de diálogo e cooperação entre os legislativos dos países e busca principalmente o debate sobre as questões ambientais.  

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Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília   

Publicado em: 21/12/2020 às 19:12 | Atualizado em: 21/12/2020 às 19:59

Sem funcionar há oito anos, foi reinstalado, nesta segunda-feira (21), o Parlamento Amazônico (Parlamaz). O grupo reúne representantes do Brasil, Bolívia, Colômbia, Peru, Venezuela, Guiana, Suriname e Equador.  

E tem o objetivo de estabelecer políticas integradas, estreitando as relações sobre as questões amazônicas. Além disso, promove a cooperação e o desenvolvimento sustentável da região (na foto, o momento da votação da reinstalação do Parlamaz).  

Da bancada do Amazonas, participam os deputados federais José Ricardo (PT), Marcelo Ramos (PL) e os senadores Eduardo Braga (MDB) e Plínio Valério (PSDB). 

“A articulação dos países da Amazônia é fundamental para criação de uma rede de proteção ambiental do nosso bioma e também pode ser espaço de articulação de uma bioeconomia entre esses países”, declarou o deputado Marcelo Ramos. 

Para o senador Plínio Valério, a reinstalação do Parlamento Amazônico é uma oportunidade de unir os discursos e problemas que ocorrem entre os países da região tanto econômicos quanto ambientais.  

“Nossa atuação vai ser justamente para mostrar essa preocupação com relação as essas demandas que têm tanto o Brasil quanto os demais países que compõem a Amazônia internacional. Se pensarmos juntos, em conjunto toda a nossa problemática, com certeza, teremos mais êxito em encontrar as soluções”, disse o senador amazonense.

 

Senador Plínio Valério
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado – 22/9/202

  

Plano de trabalho 

O presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE), senador Nelsinho Trad (PSD-MS), foi eleito por unanimidade para presidir o Parlamaz.

Até 21 de janeiro, os membros vão indicar candidatos para a vice-presidência, assim como vão fazer sugestões para o plano de trabalho do colegiado.  

Criada em 17 de abril de 1989, a comissão funcionou alguns anos, mas acabou desmobilizada.  

A ideia de reativá-la, depois oito anos inativa, voltou em 2019, após uma reunião dos países-membros na Embaixada do Equador.  

De acordo com Nelsinho Trad, depois daquele encontro foram realizados debates decisivos para a continuidade do projeto.  

Papel do Parlamaz 

O senador apontou o papel do Parlamaz de fortalecer a representação democrática, com respeito à região e aos seus habitantes, e ressaltou a felicidade pela reativação do grupo.  

Trad disse que nenhum representante dos países-membros aceitará delegar a titularidade sobre as políticas a serem adotadas na região.  

“Nossa intenção é dar voz às populações nativas, oferecer não uma obra passageira, mas uma contribuição definitiva que se perpetuará no tempo”, declarou Trad. 

Para ele, a reinstalação do Parlamaz significa um passo importante e os resultados poderão impactar de modo decisivo o futuro da região. 

Desafios na cooperação 

O deputado colombiano Juan David Velez observou que, como o colegiado tem representação internacional, outro grande desafio dos países-membros consiste em sugerir ações de proteção ao meio ambiente também de forma geral.  

Na opinião do presidente da Assembleia Nacional da Guiana, Manzoor Nadir, o aquecimento global tem trazido mudanças e consequências que não podem ser medidas, mas que precisam ser combatidas.

Ele chamou atenção para a responsabilidade do Parlamaz no tocante à legislação ambiental.  

Para Carlos Alberto Lázare Teixeira, da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), o Parlamaz é um canal de diálogo e cooperação entre os legislativos desses países, fundamental para consolidar as políticas de Estado necessárias à Amazônia.

Teixeira destacou, também, a importância a valorização dos habitantes locais.  

“Nosso grande esforço é para difundir todos os elementos fundamentais para a região, baseado na centralidade do ser humano, já que há ali cerca de 35 milhões de habitantes. Também é importante que todos os membros mostrem seu apoio ao tratado, com a missão de levar em frente toda essa agenda de cooperação” 

Membros do Parlamento Amazônico 

Brasil: senadores Nelsinho Trad (PSD-MS), Eduardo Braga (MDB-AM), Plínio Valério (PSDB-AM), Paulo Rocha (PT-PA) e Telmário Mota (Pros-RR); deputados Marcelo Ramos (PL-AM), Léo Moraes (Podemos-RO), Perpétua Almeida (PCdoB-AC) e José Ricardo (PT-AM)  

Bolívia: Marta Ruiz Flores, Sara Kattya Condori, Carlos Hernán Arrien Aleiza, Alcira Rodríguez, Ana Meriles e Genaro Adolfo Mendoza  

Colômbia: Germán Alcides, Blanco Álvares, Harry Gonzalez, Henry Correal, Juan David Velez, Maritza Martinez, Harold Valencia, Carlos Cuenca e Jorge Guevara  

Equador: Fernando Flores, Carlos Cambala  

Guiana: Manzoor Nadir  

Peru: Gilmer Trujillo Zegarra  

Suriname: Marinus Bee  

Venezuela: María Gabriela Hernández Del Castillo, Romel Guzamana 

Com informações da Agência Senado 

 

Foto: Agência Senado