Durante uma audiência pública realizada nesta quinta (28) pela Câmara dos Deputados com o Ministério da Saúde o Governo do Amazonas, o representante do governo federal admitiu que a pasta de Eduardo Pazuello foi avisado da situação do oxigênio em Manaus no dia 8 de janeiro.
Segundo Ridauto Fernandes, assessor de Pazuello e representante do Ministério da Saúde na reunião, a empresa White Martins, fornecedora de oxigênio ao governo estadual, no dia 8.
Nessa data, portanto, equipe do ministério que estava em Manaus para empurrar cloroquina à prefeitura ficou sabendo do problema.
Só que, conforme Fernandes, a equipe de Pazuello comandada pela secretária Mayra Pinheiro, julgou que a situação não parecia emergencial. Avaliou o comunicado como transmitido de forma “suave”.
“Não apontava para uma crise explosiva e não dizia que suas reservas estavam acabando”. afirmou Fernandes.
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Empresa contesta
A White Martins contesta afirmando que alertou, “de forma clara e baseada em fatos”, assim que viu o consumo de oxigênio aumentar exponencial e abruptamente.
Como resultado desse jogo de empurra de responsabilidades, o Amazonas pode precisar de muito mais oxigênio do que tem hoje, com toda ajuda externa.
Foi o que afirmou nessa audiência o secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campelo, projetando o avanço do coronavírus (covid) no interior do estado.
Ele também se manifestou sobre quando soube que a crise de oxigênio se aproximava e comunicou à equipe de Pazuello.
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Bolsonaro se mexe
Obrigado pela Justiça a resolver o abastecimento de oxigênio no Amazonas, enquanto o ministro da Saúde é investigado por ter sido omisso no socorro ao estado, o governo Bolsonaro anuncia que trabalha para colocar em Manaus oxigênio acima da necessidade desta segunda onda do coronavírus.
De acordo com Fernandes, se hoje a demanda diária é por 80 mil metros cúbicos, a intenção é chegar a dispor de 100 a 120 mil metros cúbicos.
“Para que nós tenhamos uma margem de segurança e possamos dar esse gargalo como removido, tenho que jogar essa quantidade de oxigênio em Manaus”.
Como resultado, para cumprir sua obrigação, além de fincar Pazuello em Manaus, Bolsonaro quer os ministérios da Saúde, Infraestrutura, Defesa e Economia empenhados na missão, segundo Fernandes.
Conforme sua previsão, essa meta deve ser alcançada em até duas semanas.
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Foto: Diego Peres/Secom