Por Neuton Corrêa , da Redação
Horas depois de criticar a segurança pública do estado , o prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), partiu para o confronto aberto com o governador Wilson Lima (PSC), atacando não apenas um setor, mas todo o estado.
“Estado de anomia sim: finanças em descontrole, ausência de planos e metas, caos na saúde, greve de mais de 30 dias na educação, presídios dirigidos por bandidos, ruas que ameaçam vidas e sonhos.
“O Amazonas começa a viver em estado de anomia. Nova crise no Compaj, guerra aberta entre bandidos de duas facções criminosas rivais. 57 mortos”, disse o tucano.
Ele fez isso em artigo que postou nas suas redes sociais no fim da noite de ontem.
“Estado de anomia mesmo. Não há ordem; há anarquia. Não temos quilha: governador e vice-governador estão fora dos seus respectivos postos”, acrescentou.
Leia abaixo o que o prefeito escreveu:
Governo federal se mobilizando para socorrer nosso estado, a partir de decisão do ministro Sergio Moro de reforçar o policiamento nos presídios instalados em Manaus.
Estado de anomia mesmo. Não há ordem; há anarquia. Não temos quilha: governador e vice-governador estão fora dos seus respectivos postos.
O justo seria a intervenção federal sobre os presídios todos, a começar pelo Compaj. É nos presídios que as facções reinam absolutas.
A situação é tão esdrúxula, que os chefões se sentem mais seguros presos do que nas ruas. É um novo e deformado tipo de ser humano, que prefere a prisão à liberdade. Que fazem dos presídios uma espécie de “escritório”.
Parecem “executivos” dando ordens aos comandados do submundo que subjuga o povo de Manaus, sob os olhares inexperientes e atônitos dos que deveriam comandar e organizar o Amazonas.
A renovação do contrato com a empresa Umanizzare, que deveria ter sido expulsa do serviço público, ao invés de receber R$ 200 milhões anualmente, foi uma rendição tácita diante do crime.
O presidente da ALE-AM, deputado Josué Neto, governador em exercício, está procurando cumprir o seu dever. Não devemos deixa-lo só. As pessoas de bem devem unir-se para impedir que o tráfico vire um estado dentro do estado. É preciso fibra. Tem de ter resistência. É essencial que a normalidade retorne aos lares amazonenses.
Estado de anomia sim: finanças em descontrole, ausência de planos e metas, caos na saúde, greve de mais de 30 dias na educação, presídios dirigidos por bandidos, ruas que ameaçam vidas e sonhos.
As polícias Civil e Militar possuem bons quadros, profissionais de valor, órfãos de um comando efetivo. A ausência não comanda ninguém.
Ela apenas ressalta que o nosso povo merece destino melhor que o perverso deboche atual.
Boa noite a todos
Foto: BNC AMAZONAS