Procurador diz ao TSE que Adail tende a se tornar aristocrĂ¡tico em Coari
Parecer do MinistĂ©rio PĂºblico Eleitoral no TSE confirma decisĂ£o do TRE-AM que cassou Adail e mandou realizar novas eleições em Coari

Por Neuton CorrĂªa, da RedaĂ§Ă£o do BNC AMAZONAS
Publicado em: 24/03/2021 Ă s 20:32 | Atualizado em: 25/03/2021 Ă s 17:25
O vice-procurador-geral eleitoral, Renato Brill de GĂ³es, escreveu hoje que o ex-prefeito de Coari Adail Pinheiro Filho (PP) tende se tornar aristocrĂ¡tico no municĂpio.
Aristocracia Ă© definida como uma organizaĂ§Ă£o sociopolĂtica baseada em privilĂ©gios de uma classe social formada por nobres que detĂ©m, por herança, o monopĂ³lio do poder.
Essa opiniĂ£o de GĂ³es estĂ¡ numa citaĂ§Ă£o que faz no parecer do MinistĂ©rio PĂºblico Eleitoral, assinado nesta quarta-feira, dia 24, contra o recurso de Adail, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar permanecer na chefia da Prefeitura de Coari.
Ele foi reeleito no ano passado, mas o TRE-AM cassou o registro de sua candidatura.
A Corte regional entendeu que ele nĂ£o podia assumir o cargo, porque sua reeleiĂ§Ă£o caracterizava terceiro mandato consecutivo no mesmo grupo familiar.
Seu pai, Adail Pinheiro, foi eleito em 2012. Ele, em 2016; e disputou e obteve o mandato em 2020.
A ConstituiĂ§Ă£o impede essa sequĂªncia eleitoral familiar. Mas ele alegava que o mandato de seu pai foi interrompido em abri de 2015 e que sua candidatura em 2016 iniciava um novo mandato.
O TRE-AM, porĂ©m, nĂ£o entendeu assim e julgou que a eleiĂ§Ă£o de 2020 dava a Adail Filho terceiro mandato consecutivo.
No recurso ao TSE, Adail Filho alegou, entre outros argumentos, que o TRE-AM se baseou em premissas equivocadas.
Contudo, Renato Brill de GĂ³es concluiu seu parecer dizendo que os fundamentos da decisĂ£o regional foram irrepreensĂveis.
“IrrepreensĂveis, portanto, os fundamentos nos quais o acĂ³rdĂ£o ora
recorrido se apoiou para indeferir o registro de candidatura de Adail JosĂ© Figueiredo Pinheiro a prefeito de Coari/AM”.
O acĂ³rdĂ£o foi conduzido pelo juiz Marco AntĂ´nio Pinto da Costa, relator do processo no TRE-AM.
Em outro trecho, ele diz:
“A imobilidade da classe polĂtica, em suma, milita contra o espĂrito
republicano e corrompe a sua lĂ³gica, na medida em que obsta a ascensĂ£o da oposiĂ§Ă£o ao poder”.
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