Próximo está o acerto dos ponteiros de Bolsonaro com a Justiça
Hoje Bolsonaro está escudado pelo cargo, mas seu tempo é curto diante do que tem Alexandre de Moraes, por exemplo.

Aguinaldo Rodrigues, dá Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 30/01/2022 às 10:52 | Atualizado em: 30/01/2022 às 10:52
O presidente da República fugiu da ordem de depor à polícia sobre crime que teria cometido de vazar informações sigilosas. Mas, de uma situação não escapará: do acerto dos ponteiros com a Justiça. Passe o tempo que passar.
A partir deste fim de ano, ou daqui a mais quatro, o certo é que o cidadão Jair Bolsonaro uma hora estará fora da trincheira que hoje lhe dá privilégio de sambar na cara do Judiciário e da nação brasileira.
Mas, e quando perder esse escudo, que tem, no máximo do máximo, quatro anos depois de 2022?
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, por exemplo, que até este momento está sereno com a desobediência de Bolsonaro, é jovem. Poderá ficar no poder até os 75 anos de idade. Ou seja, é consciente que o tic, tac do seu relógio pode esperar por Bolsonaro por 22 años.
Além disso, no caso específico de Moraes, há um fato que vai acontecer já: ele vai comandar o pleito em que Bolsonaro tentará manter-se com os privilégios do cargo.
Isso significa que o comportamento dos candidatos estará sob os olhares atentos do futuro presidente do TSE.
Não bastasse isso, que não é pouco, Moraes ainda tem dois cartuchos que assustam Bolsonaro e seus filhos.
Cartuchos de Moraes
São os inquéritos sobre a produção e distribuição de fake news (notícias falsas); o sobre o financiamento de manifestações públicas hostis à democracia.
Pela pessoa que tem mostrado ser, é possível que Bolsonaro só se dê conta de que os ponteiros dos relógios correm em ritmos distintos quando estiver apeado do poder.
Em síntese apertada, essa é a análise do jornalista Ricardo Noblat no seu blog deste domingo, 30 de janeiro.
Foto: reprodução/internet