Reino Unido quer se unir a Noruega e Alemanha pelo Fundo Amazônia
Reino Unido ocupa hoje o terceiro lugar no ranking de países que mais colaboraram com o meio ambiente brasileiro

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 03/01/2023 às 17:03 | Atualizado em: 04/01/2023 às 08:28
A ministra britânica do Meio Ambiente, Alimentos e Assuntos Rurais, Therese Coffey, disse que à Reuters que começou os entendimentos com a Noruega e Alemanha para que o Reino Unido ingresse como doador do Fundo da Amazônia.
“É algo que estamos analisando seriamente”, disse a ministra. Ela esteve na posse de Lula da Silva (PT) no dia 1° e conversou ao menos com três ministros brasileiros: Marina Silva, do Meio Ambiente e da Mudança do Clima; Carlos Fávaro, da Agricultura; e Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas.
De acordo com Coffey, o Reino Unido ocupa hoje o terceiro lugar no ranking de países que mais colaboraram com o meio ambiente brasileiro, tendo comprometido mais de £ 250 milhões ou R$ 1,6 bilhão.
O Fundo Amazônia tem em caixa R$ 3,3 bilhões em doações internacionais para combater crime ambiental na Amazônia.
Os recursos estavam congelados desde 2019 após o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, alegar irregularidades nos projetos e retirar a sociedade do comitê orientador do programa.
Por meio do decreto 11.368, no último domingo (1º), o presidente Lula restabeleceu a governança do fundo.
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Teto de gastos
“A retomada do fundo se soma à aprovação, ainda em 2022, da PEC 32, que retira doações internacionais do teto de gastos do governo, abrindo a possibilidade de mais recursos serem utilizados pelo governo para execução de programas da pasta ambiental, como o combate ao desmatamento”, afirmou o Observatório do Clima.
A ong destacou ainda que o programa está paralisado desde 2019 com mais de R$ 3 bilhões em caixa, doados por Noruega e Alemanha.
Esses países europeus já se comprometeram com mais recursos para o fundo, criado por Lula em 2008.
“Em menos de 24 horas o governo começou a transformar o discurso em atos concretos para reverter a sabotagem promovida por Bolsonaro e reconstruir a governança ambiental no país. Ainda falta muito, mas o que vimos neste início de mandato é um acerto e demonstra a importância que o tema ganhou na agenda de Lula”, disse o secretário-executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini.
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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil