Ritmo de votação de projetos no Congresso gera crise entre as casas
Pacheco também deu uma estocada em Lira ao afirmar que a Casa que preside não é subserviente ao governo federal e nem ao Ministério da Economia

Publicado em: 25/08/2021 às 12:48 | Atualizado em: 25/08/2021 às 12:48
Os presidentes Arthur Lira (Câmara) e Rodrigo Pacheco (Senado), num momento incomum, trocaram rusgas nesta terça-feira (24). A divergência se deu sobre o ritmo de votação e projetos prioritários numa Casa e na outra. Provocado por uma pergunta, num evento, se ele achava que o Senado está demorando para apreciar certas matérias econômicas, Lira, primeiro, respondeu que seria politicamente incorreto e sugeriu que a demanda se encaminhasse a Pacheco. Depois, acabou respondendo, o que desagradou o senador mineiro.
“O Senado é a casa dos políticos mais experientes, formado por ex-governadores, deputados de longa vida, prefeitos de capitais. A Câmara é a casa do povo, onde a demanda chega mais rápida e de forma mais virulenta. Algumas pautas estão lá há algum tempo, como os Correios (privatização), o licenciamento ambiental. E outras vão chegar. Nossa contribuição está sendo dada ao Brasil. Respeito a independências das duas casas, mas, neste sistema de freios e contrapesos, é importante que o Senado se posicione”, disse Lira.
À tarde, Pacheco respondeu ao presidente da Câmara, negou qualquer mal-estar, mas não deixou de se manifestar.
O senador afirmou que nos temas da agenda econômica, como a reforma tributária, o Senado tem compromisso com o país.
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Ele também deu uma estocada em Lira ao afirmar que a Casa que preside não é subserviente ao governo federal e nem ao Ministério da Economia.
“Mas tendo seu juízo crítico em relação às demandas que vêm do Ministério da Economia para o Congresso. Portanto, não há dúvida de que há uma busca de consenso, inclusive na pauta econômica é fundamental, num momento em que bate à nossa porta inflação, desemprego, fome, miséria. É fundamental que estejamos juntos para fazer esse enfrentamento em conjunto”, disse Pacheco.
No final de cada declaração, ambos procuraram colocar panos quentes.
“Não podemos inviabilizar nossa contribuição em detrimento do que o Senado pensa. E vice e versa. Mas, às vezes, as questões transcendem as boas relações entre os dois presidentes e tem problemas lá no plenário”, disse Lira.
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Foto: Agência Câmara