Por Iram Alfaia, de Brasília
A Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) do Senado debateu nesta quarta-feira, dia 25, o Projeto Amazônia Integrada e Sustentável (Pais).
Trata-se de um programa ousado para conectar a Amazônia com mais de 10 mil quilômetros de cabo de fibra ótica por baixo dos leitos dos rios.
“Além disso, o projeto prevê mais 778 quilômetros de cabo submarino e 498 quilômetros de cabo terrestre, formando um cinturão ótico, unindo o oceano Atlântico ao Pacífico”, explicou Carlos Hetzel, um dos idealizadores do programa e assessor parlamentar do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), o principal apoiador da ideia.
Ex-funcionário da Embratel, Carlos Hetzel explicou que o cinturão conectaria Macapá, no Amapá, e Tabatinga, no Amazonas, levando conectividade para cidades e comunidades ribeirinhas, e também se ligaria à Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), que conecta universidades, institutos e hospitais de ensino, especialmente no Nordeste.
“A ideia é que seja autossustentável, com os recursos que os provedores que vão operá-la como infraestrutura neutra, com recursos de venda, capacidade de serviços e arrendamento, para que não só os órgãos de educação, pesquisa, segurança e o Judiciário, mas que toda a sociedade possa se beneficiar dessa nova conectividade”, explicou Nelson Simões, representante da RNP, à Agência Senado.
O senador Jean Paul Prates (PT-RN) afirmou que estudará o projeto com atenção, pois enxerga problemas no modelo proposto da cessão do controle de parte da fibra ótica para a iniciativa privada.
Etapas do projeto
À Teletime, publicação online dedicada ao mercado de Telecomunicações do Brasil, Hetzel, explicou que uma das etapas do projeto visa a reconstrução do Amazônica Conectada, cabo de 600 quilômetros lançado pelo Exército em Tefé, mas que está rompido, com cerca de 10% de sua extensão comprometida pelos danos sofridos pela ruptura e por furtos.
Confirma as demais etapas projeto no país e os custos estimados:
Tefé-Tabatinga (950 km), ao custo de R$ 38 milhões e atendendo 202 mil pessoas;
Manacapuru-Boca do Acre (2,26 mil km), ao custo de R$ 70 milhões e atendendo 103 mil habitantes;
Macapá-Santarém (573 km) ao custo de R$ 26,4 milhões e atendendo 834 mil habitantes;
Macapá-Belém (510 km), ao custo de R$ 23,3 milhões e atendendo 2 milhões de habitantes);
Santarém-Manaus (750 km), ao custo de R$ 31,6 milhões, atendendo 2,4 milhões de habitantes;
Novo Airão-Boa Vista (741 km), atendendo 369 mil habitantes e ao custo de R$ 31 milhões;
Itacoatiara-Porto Velho (1,1 mil km), ao custo de R$ 42,6 milhões e atendendo 729 mil habitantes
Arte: Divulgação