O senador do Amazonas Plínio Valério (PSDB) demonstrou hoje (30) desconforto com as indicações de que ele estaria na linha de frente contra a instalação da CPI do MEC.
O pedido apresentado ontem no Senado é para investigar o caso de corrupção na pasta que levou à prisão o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.
O parlamentar pediu ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que antes de decidir sobre o mais recente pedido, que ele respeite a lista de antiguidade dos pedidos e permita a instalação da CPI das ongs na Amazônia, proposta por ele.
Para evitar a instalação da CPI do MEC, o líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), fez pedido a Pacheco para que dê prioridade a três CPI: obras inacabadas, de autoria dele mesmo; do narcotráfico, do senador Eduardo Girão (Podemos-CE); e das ongs, de Valério.
“Eu não estou preocupado se estão achando que estou a serviço do governo. Eu não estou contra a CPI do MEC. Estou a favor da CPI das ongs. Eu não quero barrar a CPI do MEC. Eu não quero que barre a CPI das ongs. Não me sinto usado não”, afirmou o senador ao BNC Amazonas.
Questionado se não estaria sendo usado em manobra governista, Valério foi taxativo:
“Eu faço a mesma pergunta: eu posso não estar usando o pessoal do governo para instalar a CPI que eu pedi? Ora, a CPI das ongs nunca teve tanto apoio, a gente está usando isso também”.
De acordo com o senador, ele está apenas cobrando que sua CPI, já pronta para ser instalada, não seja novamente atropelada por um outro requerimento que sequer foi lido no plenário.
Ele disse entender que a CPI das ongs tem a mesma urgência que a apresentada pelo líder da oposição, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), sobretudo após as mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips no Vale do Javari, no Amazonas.
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Decisão
Na avaliação dos senadores que apoiam a CPI do MEC não haverá uma decisão de Pacheco pela ordem cronológica dos pedidos.
No regimento, segundo a presidência do Senado, não existe essa exigência.
Consta apenas que precisa do “fato a ser apurado, o número de membros, o prazo de duração da comissão e o limite das despesas a serem realizadas”.
Foto: Reprodução/Agência Senado