Enquanto o presidente da Assembleia Legislativa (ALE-AM), David Almeida (PSB), colocava na pauta desta quarta, dia 20, a apreciação do veto do governador Amazonino Mendes (PDT), o presidente da Comissão de Segurança Pública da casa, Cabo Maciel (PR), convocava a tropa da Polícia Militar (PM) e do Corpo de Bombeiros para ocupar o parlamento e pressionar pela derrubada da medida do governo sobre reajustes salariais da categoria.
Na semana passada, no dia 13, Amazonino vetou totalmente as mudanças feitas pelos deputados da ALE-AM na mensagem de reajuste salarial do governo para policiais e bombeiros.
Acusou “vício de inconstitucionalidade” nas modificações por alterarem o cronograma de pagamento das correções salariais.
Ao comunicar o veto à ALE-AM, o governador lembrou que a sua proposta de 4% de reajuste salarial na data-base de 2018, a partir de 1.º de abril, foi modificada para 10,8%. E os 9,2% de reajustes atrasados desde 2015, que seriam pagos a partir de abril de 2020, foram alterados para 9,8% e antecipados para 2019.
Segundo o deputado Cabo Maciel, a ideia é que policiais e bombeiros tomem o plenário e a galeria da Assembleia, em uma demonstração de força para ajudar derrubar o veto. Ele disse que a alegação do governo de modificação do projeto original é “parecer gracioso”.
Urgência para votação do veto
Nesta terça, o vice-presidente da comissão de segurança, Platiny Soares (PSB), entrou com pedido de urgência na apreciação do veto governamental.
Segundo ele, a categoria dos militares da PM e do Bombeiros espera “ansiosamente que a Assembleia legislativa continue tomando a postura independente que vem adotando”.
Platiny é o autor da emenda que aumentou o percentual de reajuste da data-base 2018 de 4 para 10,8%.
Oposição ao governo aposta na derrubada
O deputado Serafim Corrêa (PSB) avaliou como irresponsável a decisão do governador de vetar totalmente os reajustes aprovados pelo poder Legislativo.
“Houve emenda ao projeto do Executivo que reajustou o salário dos professores, ele não vetou. Houve emenda ao reajuste dos servidores da saúde, ele não vetou o projeto, somente a emenda. Agora, com a Polícia Militar, ele poderia ter barrado somente a emenda, mas derrubou o projeto, que é de autoria dele. Ele está confuso”, disse.
Segundo Serafim, é um erro do governo atribuir culpa pelo veto às modificações feitas pelos deputados, e acusou o governador de tentar jogar a tropa contra a ALE-AM.
O parlamentar disse acreditar que o veto de Amazonino ao reajuste da PM vai ser derrubado nesta quarta, avaliando que a base do governador na casa é minoria.
“Ele só tem sete deputados, que aliás não ficam no plenário para defendê-lo, porque é impossível defender esse governo. Ele é, ainda, assessorado por uma garotada nova da PGE [Procuradoria-Geral do Estado]”, disse Serafim.
Leia mais
Nota de Amazonino esclarece vetos na saúde, segurança e educação
Foto: BNC Amazonas