Ufam apoia movimento contra bloquear verbas das universidades 

O movimento é a Frente Parlamentar pela Valorização das Universidades Federais lançada nesta quarta na Câmara

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Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 22/06/2022 às 17:00 | Atualizado em: 22/06/2022 às 20:53

Com a presença de reitores de diversas universidades federais, foi lançada nesta quarta-feira (22), na Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar pela Valorização das Universidades Federais.  

O reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Sylvio Puga, presente no evento, disse que, a partir dos encaminhamentos, os dirigentes das instituições vão trabalhar em comissão para ajudar no desbloqueio de R$ 3 bilhões dos recursos das instituições. 

Sem a presença de parlamentares do Amazonas, os deputados da frente propuseram obstruir os trabalhos da Comissão Mista de Orçamento (CMO) até que as verbas sejam desbloqueadas. 

“Estamos trabalhando pelo desbloqueio. Essa é a nossa luta”, resumiu o reitor da Ufam.  

Diferentemente de muitas universidades brasileiras, que não possuem recursos para a própria manutenção, Puga projetou no Amazonas uma situação sob controle.

Cota da Ufam 

O bloqueio da Ufam foi da ordem de R$ 7,5 milhões, mas os impactos dele nas atividades da universidade podem ser bem menor do que no restante do país. 

“Nós fizemos um remanejamento orçamentário junto as nossas pró-reitorias de planejamento e administração, estamos trabalhando para que estes R$ 7,5 milhões retornem”, disse o reitor. 

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Para isso, a administração está renegociando todos os seus contratos e acredita que nos próximos meses os efeitos disso serão sentidos. 

“Por exemplo, nós estamos renegociando contratos. Então, um contrato que tem um valor X passa a ter um valor Y. Esse é o salto. E a partir daí nós estamos mantendo nossas atividades”,  

“Não é que não vai haver impacto, mas ele será muito pequeno. Hoje as nossas atividades estão acontecendo plenamente. Claro que estamos reavaliando muitas coisas, mas trabalhando. Trabalhando aqui em Brasília para que a gente possa ter o desbloqueio”, justificou.  

Bloqueio 

A frente parlamentar lembrou que, em 27 de maio, houve um bloqueio de 14,5% no orçamento das universidades. Em 3 de junho, houve reversão de 7% desse bloqueio. E, em 9 de junho, houve remanejamento de 3,2% dos recursos ainda bloqueados. 

“O que torna esse bloqueio e esse remanejamento ainda mais grave é o cenário de subfinanciamento que as universidades já vêm enfrentando nos últimos anos. O orçamento aprovado para 2022 já era aquém na necessidade, sobretudo considerando o retorno presencial às salas de aula”, diz nota da frente. 

A frente diz ainda que os 50 hospitais universitários disponibilizaram durante a pandemia de Covid-19, 1.300 leitos de enfermaria e cerca de 700 de UTI.

Somente em 2020, as universidades atenderam mais de 85 milhões de pessoas nas várias frentes de apoio e enfrentamento à Covid-19.  

“E, ainda assim, o orçamento destinado à manutenção das universidades é insuficiente”, dizem os parlamentares. 

A coordenação dos trabalhos da frente parlamentar foi feita pelo deputado Leo de Brito (PT-AC). 

Foto: divulgação