O juiz federal Ricardo Sales, auxiliar do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM) nas eleições gerais 2018, intimou o governador eleito Wilson Lima (PSC), o vice, Carlos Almeida Filho (PRTB), e o ex-prefeito de Nhamundá Mário Chagas Paulain a prestar esclarecimentos sobre denúncia de compra de votos no município de Nhamundá durante o primeiro turno das eleições.
A representação foi entregue ao TRE-AM no dia 20 de outubro pelos advogados da coligação do então candidato à reeleição Amazonino Mendes (PDT), Yuri Dantas, Marcos Aurelio Choy e Daniel Nogueira.
O processo na íntegra, ao qual o BNC Amazonas teve acesso, traz, além das fotos já divulgadas do ex-prefeito com vários santinhos, outros materiais de propaganda de Wilson Lima e valores em espécie num quarto de uma pousada, fotos de Paulain coordenando a campanha do candidato do PSC em Nhamundá, além de recibos que comprovariam a captação ilegal de votos.
BO
De acordo com o BO (boletim de ocorrência) incluído na peça, Paulain foi flagranteado e preso no dia 7 de outubro, primeiro turno das eleições, num quarto da Pousada Tucunaré.
As autoridades policiais encontraram “amplo material de propaganda dos primeiros dois representados, recibos, uma quantidade expressiva de dinheiro em espécie e – curiosissimamente – duas eleitoras e uma criança escondidas e trancadas no banheiro de sua suíte.”.
O processo também traz fotos de dezenas de recibos com diversos valores, alguns referentes a pagamento de equipe e outros apenas com nome de quem recebeu o valor ou mesmo em branco.
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Material de Amazonino
Ainda de acordo com a representação, os advogados de Amazonino argumentam que a bandeira do atual governador também encontrada durante a operação em Nhamundá foi sacada pelo ex-prefeito para que “ficasse ostensivamente visível, numa tentativa de enganar tanto as pessoas que vissem a apreensão quanto a autoridade policial”.
“Fazendo isso, os representados conseguiram confundir a mensagem transmitida por setores da mídia, […] com a falsa mensagem de que havia material de Amazonino Mendes na operação (quando as primeiras imagens mostram claramente que o único candidato a governo beneficiado pelo esquema era Wilson Lima).”
Pedidos
Ante o exposto, a defesa de Amazonino pede, além perícia da Polícia Federal no aparelho celular apreendido durante a operação; a notificação de Wilson, Carlos Almeida e Mário Paulain para apresentarem defesa; audiência com o delegado e investidores da Polícia Civil e outras testemunhas.
E no mérito, “requer que sejam condenados os Representados à cassação do registro ou do diploma e pagamento de multa no seu patamar máximo”.
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Foto: Reprodução