O Governo do Amazonas ofereceu reajuste salarial de 15% para os professores em greve, movimento que começou no dia 17 de maio. E avisou à categoria que essa é a proposta final, que é maior que a anterior, de 14%, igualmente rejeitada pela categoria no último dia 30.
Em pelo menos seis horas de negociação nesta quarta-feira, dia 31 de maio, o governo expôs aos professores que está propondo um reajuste maior do que o de qualquer outro estado. Dessa forma, o Amazonas paga o 11º melhor salário do país à categoria.
De acordo com essa fonte, o governador Wilson Lima anuncia hoje (1º) publicamente que os 15% também rejeitados pelos professores são o limite do que o caixa do estado permite.
Conforme essa proposta, os 15% seriam fatiados em três parcelas. A primeira delas sairia agora, a segunda no final do ano e a última no ano que vem, na data-base.
Todavia, diante da rejeição dessa oferta, o governo entende que a negociação voltará à estaca zero.
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Palanque político?
Lima sinaliza, dessa maneira, endurecimento da sua posição diante do movimento grevista. E na entrevista que dará à imprensa nesta manhã de hoje, o governador deve abordar o aspecto do interesse político por trás da greve.
Conforme essa alta fonte do governo disse ao BNC Amazonas , a direção do movimento, em suma, não quer acordo. Quer apenas criar um palanque político de olho nas eleições municipais de 2024.
Dessa forma, quanto mais tempo esses líderes conseguirem manter a greve, mais exposição na mídia estarão ganhando.
É a leitura, portanto, que o estado faz da paralisação das aulas nas escolas que já entrou na terceira semana, e que Lima deve manifestar.
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“Governo autoritário”
Para a presidente do Sinteam (sindicato dos trabalhadores da educação), Ana Cristina Pereira, o governo é autoritário na negociação com a categoria.
Segundo ela, a alegação para não conceder os 25% pretendidos pela categoria é que não há caixa para isso porque logo terá de conceder reajuste a outros servidores.
Além disso, Ana Cristina acusa o governo de se negar a devolver o dinheiro descontado das faltas dos professores em greve. Isso está condicionado
Após a negociação de ontem (31), a líder do movimento admite redução na adesão dos professores na “musculatura da greve”. Se foi de 7 mil assinaturas no ápice da greve na capital, hoje é de apenas pouco mais de mil.
Dessa forma, ela alertou aos professores que o governo deixou claro que esses 15% é o máximo que em a oferecer. Assim sendo, Ana Cristina deu a entender que compreendeu a posição do estado e que a categoria deve analisar o rumo a seguir, considerando eventuais prejuízos futuros.
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Sinal de fim da greve
“Nós temos liberdade para dizer que não queremos [os 15%], mas também temos que ver as sanções que vamos sofrer, todos nós. Vamos analisar, observar e decidir”, afirmou.
Em conclusão, Ana Cristina vê o desconto de R$ 30 mil diários do caixa do sindicato, determinado pela Justiça, como um agravante contra a greve.
Contudo, ela avaliou que o movimento já é vitorioso, que não há perda.
“Iniciamos esta campanha com zero, chegamos a oito, chegamos a catorze, e agora chegamos a quinze [por cento]. Temos o enquadramento e outros ganhos que podemos ter mais à frente”.
Assim sendo, a sindicalista deu uma sinalização aos colegas de que a categoria deve abraçar essa proposta do governo e encerrar a greve.
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