Ok! A Zona Franca de Manaus (ZFM) deve “custar” ao país este ano mais de R$ 53 bilhões.
Esse pelo menos é o dado que os opositores do modelo douram para tentar mostrar o quanto é caro manter um parque industrial no interior da Amazônia.
O número diminui, porém, quando se dá a ele o seu real valor nas fatias que compõem as despesas tributárias do Brasil.
Esse bolo chega a R$ 450 bilhões. Logo, a fatia da ZFM é muito pequena frente a outros setores produtivos e a outras regiões.
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O futuro da ZFM
Mas não é essa a discussão que o país deve empreender a partir de hoje, quando a ZFM completa 56 anos de vida e quando o seu futuro entra em discussão com o início dos debates da reforma tributária na Câmara dos Deputados.
O debate deve ser sobre o valor que ela agrega ao Brasil.
Sim, o Polo Industrial da Zona de Manaus deve faturar este ano em torno de R$ 200 bilhões.
Ou seja: devolverá ao país três vezes mais do que receberá em incentivos.
Não só devolverá como também irá gerar empregos para cerca de 500 mil pessoas.
Irá aquecer uma economia regional inteira. Regional mesmo, porque o Amazonas, Manaus, se tornou um importante mercado para produtos dos vizinhos estados de Roraima, Rondônia, Pará e Acre.
Deixará também um capital de valor imensurável, o conhecimento, já que é da riqueza da ZFM que vive a Universidade do Estado do Amazonas, por exemplo.
Jardim do Brasil
Outra coisa importante a se indagar nesse debate. Quem foi que disse que manter um jardim tratado é barato?
Pois é isso que a ZFM tem feito com essa parte da Amazônia. Está mantendo e cuidando a maior floresta tropical do planeta.
E mais: hoje o mundo está sendo obrigado a pagar serviços ambientais para alongar sua vida, a vida de suas economias.
Dívida do país com o Amazonas
Desde o seu princípio, a ZFM é obrigada a justificar sua importância para se manter viva.
Então, convém lembrar que o modelo não foi uma dádiva graciosa.
Ele nasceu da necessidade de tirar do fracasso econômico uma região que tanto contribuiu com os cofres do Tesouro Nacional com o sangue branco de suas seringueiras e o sangue avermelhado de seus seringueiros.
A ZFM foi criada pelos espíritos elevados para tentar tirar a região do atraso que a separa de outras, privilegiadas por suas localizações e graças públicas.
O Brasil tem um débito com a Amazônia. O Brasil daqui não pode ser tratado como se tudo fosse a mesma coisa. Não é.
A Amazônia precisa crescer, ficar forte para continuar sendo o jardim do Brasil e do mundo. E, por isso, ser compensada.
A ZFM é solução mais do que testada para isso.
Foto: BNC AMAZONAS