Bolsonaro no PL é ‘constrangimento profundo’, diz Marcelo Ramos

Vice da Câmara deixou claro, ao presidente do partido, que "não existia nenhuma possibilidade de estar no palanque do presidente Bolsonaro"

Marcelo Ramos

Diamantino Junior

Publicado em: 09/11/2021 às 11:12 | Atualizado em: 09/11/2021 às 12:11

O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), classificou como um “constrangimento profundo” a possibilidade de ter que dividir o partido com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Espera-se que o chefe do Executivo anuncie oficialmente nos próximos dias sua chegada à sigla presidida pelo ex-deputado federal, Valdemar da Costa Neto.

“Eu não tenho como negar que é um profundo constrangimento para mim dividir o mesmo partido com o presidente Bolsonaro (…) Eu não vou tomar nenhuma decisão precipitada, vou esperar a oficialização disso para me manifestar sobre minha vida partidária. Mas o que posso dizer é que é um constrangimento profundo para mim porque eu não considero que o presidente Bolsonaro seja bom para o futuro do país”,

disse Ramos hoje, em entrevista à CNN.

Ramos disse ainda que foi comunicado sobre a possibilidade de o mandatário se filiar à legenda por Costa Neto, mas deixou claro que “não existia nenhuma possibilidade de estar no palanque do presidente Bolsonaro”.

Desde que deixou o PSL, devido a desentendimentos com a cúpula da sigla, Bolsonaro tentou criar o Aliança Pelo Brasil, mas o projeto acabou não saindo do papel a tempo.

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O partido de Valdemar Costa Neto entrou na disputa pela filiação de Bolsonaro há duas semanas, quando integrantes do PL se reuniram com aliados do presidente para tratarem sobre o tema. Nas redes sociais, Costa Neto chegou a publicar um vídeo em que afirmou que a legenda buscará “protagonismo” no pleito eleitoral de 2022.

Divisão do PL

A ala conservadora do PL recebeu bem o ingresso de Bolsonaro ao partido. Para o vice-líder do PL e um dos líderes da bancada evangélica, o deputado federal Lincoln Portela (PL-MG), a escolha é positiva para a democracia. “A aliança é boa para o presidente e para o PL. As ideias comungam, o partido vota em 93% com o presidente da República, e é liberal. A expectativa é boa e tudo já está ajustado”, disse ao UOL.

Mais cedo, o senador Welington Fagundes (PL-MT) considerou que as diferenças regionais do PL podem levar a um racha interno. “É possível ter coligações diferentes, até porque na legislação não tem verticalização”, disse a jornalistas.

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