Depois de admitir hoje (8) que errou feio ao atribuir ao Tribunal de Contas da União (TCU) dados falsos sobre mortes pela covid (coronavírus), e ser desmentido pelo órgão, o presidente Jair Bolsonaro procurou novo alvo: os governadores.
Conforme ele, há indícios de “supernotificação” do número de mortos pelos estados. E fazem isso, segundo Bolsonaro, “em busca de mais dinheiro”. Portanto, afirmou que vai mandar a Controladoria-Geral da União (CGU) investigar isso.
“Agora nós vamos para cima para exatamente apurar quais estados que fizeram supernotificação em busca de mais dinheiro. Quem pagou a conta alta com isso, com essas políticas de supernotificação, que tinha que ser justificada por lockdown, por toque de recolher?”.
Bolsonaro, portanto, mudou o rumo de suas acusações após desmentido pelo órgão de controle da administração pública.
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Ministros escandalizados
Conforme a coluna de Mônica Bergamo, na Folha , ministros do TCU ficaram escandalizados com a manipulação de dados por Bolsonaro.
O presidente chegou a questionar metade das mais de 476 mil mortes pela covid. Bolsonaro fez a afirmação em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada na manhã desta segunda (7).
E disse mais: afirmou que teve acesso ao relatório e que já tinha passado a informação para três jornalistas de sua confiança.
De acordo com Bolsonaro, seus “jornalistas sérios” divulgariam ontem mesmo esses dados. Mas, recuou.
Contudo, o portal R7, da Igreja Universal do Reino de Deus, divulgou a informação . Afirmou que “apenas quatro em cada dez óbitos (41%)” eram de complicações da doença.
O portal afirmou que o documento no qual se baseava tinha sido “citado por Bolsonaro”.
Ao mesmo tempo, um documento apócrifo passou a circular nas redes sociais com os mesmos dados. E recebeu o título “Da possível supernotificação de óbitos causados por covid-19 no Brasil”.
Foto: Anderson Riede/Presidência da República