Ex-governador de SP, Serra é alvo da operação Lava Jato

Segundo o MPF, Odebrecht fez pagamentos indevidos ao ex-governador de São Paulo por meio de contas no exterior

Mariane Veiga

Publicado em: 03/07/2020 às 10:24 | Atualizado em: 03/07/2020 às 12:04

A força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo denunciou o senador e ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), por lavagem de dinheiro.

A Polícia Federal (PF) começou a fazer, no início da manhã desta sexta (3), buscas contra ele em uma nova fase da operação.

Conforme o G1, a assessora de Serra disse que a defesa do ex-governador ainda não teve acesso ao conteúdo dos autos e que irá se pronunciar sobre.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a Odebrecht pagou a José Serra cerca de R$ 4,5 milhões entre 2006 e 2007, supostamente para suas campanhas ao governo do estado.

Do mesmo modo, cerca de R$ 23 milhões (atualizados em R$ 191,5 milhões), entre 2009 e 2010, para a liberação de créditos com a Dersa, estatal paulista extinta.

No fim de 2006, conforme apontado na denúncia, Serra solicitou ao executivo da Brasken, Pedro Novis, pagamento de R$ 4,5 milhões, e pediu para receber o montante não no Brasil.

O ex-governador solicitou o pagamento no exterior, por meio da offshore Circle Techincal Company, indicada pelo empresário José Pinto Ramos, amigo de Serra.

Ainda de acordo com a operação, Ramos e Verônica Serra, filha de Serra, constituíram empresas no exterior e por meio delas receberam os pagamentos.

No entanto, Ramos não foi denunciado pelo MPF, embora tenha sido citado como responsável pelas transferências.

O MPF afirmou ainda que Ramos e Verônica realizaram transferências para dissimular a origem dos valores e os mantiveram em uma conta de offshore.

Dessa maneira, controlada por Verônica, de forma oculta, até o final de 2014, quando foram transferidos para outra conta de titularidade oculta, na Suíça.

O MPF obteve autorização na Justiça Federal para o bloqueio de cerca de R$ 40 milhões em uma conta no país.

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Foto: Wilton Junior/Estadão