Sobrinho de Bolsonaro faz meses que não aparece ao trabalho no Senado
O cargo Léo Índio no Senado é de auxiliar administrativo júnior e recebe um salário de R$ 5.735,93

Mariane Veiga
Publicado em: 26/06/2022 às 15:04 | Atualizado em: 26/06/2022 às 20:58
Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, assessor da liderança do Partido Liberal no Senado desde dezembro de 2021, não aparece no trabalho nos horários de expediente desde a primeira semana de março. De acordo com o UOL, é o que informam servidores da Casa.
Léo Índio é sobrinho do presidente Jair Bolsonaro (PL) e primo de Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro.
O cargo dele é de auxiliar administrativo júnior e recebe um salário de R$ 5.735,93.
Procurado, o sobrinho de Bolsonaro não respondeu. Já o senador Carlos Portinho (PL-RJ), responsável pelo gabinete da liderança do partido até 10 de junho, informou, por nota, que Leonardo era “responsável pelo setor de relações institucionais da liderança com ministérios e demais órgãos de governo” e que atendia as demandas “tanto de forma presencial, como remota”.
Segundo relatos, já no ano passado Léo Índio frequentava pouco o Senado. No entanto, no breve período de trabalho, ele chegou a levar para sua mesa uma caneca com a inscrição “cloroquina”.
Ele é pré-candidato a deputado distrital pelo PL. Em março, ele estava no Movimento Filia Brasil com o presidente e contou sobre a decisão de disputar um cargo no Legislativo do Distrito Federal.
Ele veio para Brasília após a eleição de Bolsonaro, em 2019, e trabalhou como assessor do senador Chico Rodrigues (DEM-RR) até o parlamentar ser flagrado com R$ 30 mil na cueca.
Carlos Bolsonaro
Antes dos cargos no Senado, Carlos Bolsonaro tentou emplacar Léo no Planalto.
A ideia era que ele ocupasse algum cargo na Secretaria de Governo da Presidência da República.
No entanto, o sobrinho do presidente foi barrado pelo então ministro da pasta, o general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz.
Auxiliares do ministro, à época, avaliaram que o currículo dele não tinha as qualificações necessárias para o cargo no ministério.
Léo não possui ensino superior e sua experiência profissional prévia era como vendedor, além de assessor do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), na época da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio).
Justamente o período como assessor na Alerj fez com que ele fosse incluído pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ) entre os investigados do caso de Flávio na rachadinha do gabinete.
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Foto: Reprodução/ Facebook