Em meio a críticas por admitir em livro que representava o Alto Comando do Exército quando, em 2018, fez tuites para intimidar o Supremo Tribunal Federal (STF) às vésperas do julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula, o general Eduardo Villas Bôas apareceu ontem (11) na TV.
Sua participação no programa “Conversa com Bial”, da TV Globo, entretanto, foi para incentivar o público a se vacinar contra o coronavírus.
Preso a uma cadeira de rodas e sem poder falar, por causa da esclerose lateral amiotrófica, ele usou uma voz computadorizada para se comunicar.
No entanto, o que falou não deve ter soado bem aos ouvidos do presidente Jair Bolsonaro, de cujo governo Villas Bôas participa como assessor do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Primeiro, fez uma crítica genérica, que pode servir tanto para Bolsonaro quanto para o governador paulista João Doria (PSDB). Os dois que tiveram discussões por causa da vacina chinesa Coronavac.
“Lamentamos ver que, nesse momento crítico para nossa sociedade, desavenças que não trazem nenhum benefício para as pessoas impedem que o Zé Gotinha tenha o apoio de todos para seguir trabalhando por nós”, disse Villas Bôas.
Em outro trecho, sua comentário pareceu combinar com atos do presidente e seus seguidores.
“Me admiro ver como até mesmo pessoas esclarecidas se deixam influenciar por notícias desencontradas. Não fosse bastante, ainda ajudam a espalhar boatos”.
Influenciado por “notícias desencontradas”, foi Bolsonaro o principal personagem a espalhar boatos sobre a vacina.
Leia mais na coluna de Chico Alves, no UOL .
Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República